Cimeira latino-americana e caribenha debaterá reforma ou substituição da OEA

Re­a­liza-se no pró­ximo sá­bado, 18, na Ci­dade do Mé­xico, a VI Ci­meira de Chefes de Es­tado e de Go­verno da Co­mu­ni­dade dos Es­tados La­tino-Ame­ri­canos e Ca­ri­be­nhos (CELAC). A reu­nião po­derá ser de­ci­siva para de­finir o fu­turo da Or­ga­ni­zação de Es­tados Ame­ri­canos (OEA), ins­tru­mento ao ser­viço dos in­te­resses co­lo­ni­a­listas de Washington.

O Mé­xico detém a pre­si­dência tem­po­rária da CELAC e, como an­fi­trião da ci­meira, vai propor uma dis­cussão sobre o des­tino da OEA, de­nun­ciada pelas forças pro­gres­sistas da Amé­rica La­tina e das Ca­raíbas pelas suas múl­ti­plas in­ge­rên­cias e pelo seu ali­nha­mento com os Es­tados Unidos da Amé­rica.

«Te­remos de pre­parar para 2022 a pro­posta que vamos fazer aos EUA e ao Ca­nadá sobre qual o fu­turo di­fe­rente da OEA», afirmou re­cen­te­mente o mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros do Mé­xico, Mar­celo Ebrard. Ex­plicou que os mem­bros da CELAC ten­tarão chegar a um con­senso sobre o fu­turo da OEA, que res­ponda às in­ter­ro­ga­ções sobre se é ne­ces­sário e pos­sível re­formar ou subs­ti­tuir essa or­ga­ni­zação con­ti­nental. E re­velou que uma tal pro­posta po­deria ser apre­sen­tada no pri­meiro se­mestre do pró­ximo ano.

Já em Julho deste ano, o pre­si­dente do Mé­xico, López Obrador, anun­ciara que a CELAC ten­taria es­boçar um plano para subs­ti­tuir a OEA «por um or­ga­nismo ver­da­dei­ra­mente au­tó­nomo», que não fosse «la­caio de nin­guém».

O anúncio re­cebeu o apoio ime­diato dos pre­si­dentes da Bo­lívia, Luis Arce, e da Ve­ne­zuela, Ni­colás Ma­duro. An­te­ri­or­mente, em fi­nais de Fe­ve­reiro, du­rante uma vi­sita ofi­cial do pre­si­dente da Ar­gen­tina, Al­berto Fer­nández, ao Mé­xico, os go­vernos de ambos os países as­si­naram uma de­cla­ração con­junta em que cha­mavam a atenção para o pe­rigo da OEA ex­tra­vasar os seus ob­jec­tivos, como acon­teceu em 2019, nas elei­ções pre­si­den­ciais na Bo­lívia.

Nessa oca­sião, a in­ge­rência aberta da OEA – em es­pe­cial do seu se­cre­tário-geral, Luis Al­magro – no pro­cesso elei­toral bo­li­viano con­duziu ao golpe de Es­tado que obrigou ao afas­ta­mento de Evo Mo­rales da pre­si­dência e abriu ca­minho à im­po­sição de um go­verno de facto de ex­trema-di­reita, gol­pista e cor­rupto.




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