O direito à cidade é coisa séria e Carnide mostra como se faz

No co­mício da can­di­da­tura da CDU na ci­dade de Lisboa, re­a­li­zado no dia 16 no centro do Bairro Padre Cruz, em Car­nide, re­a­firmou-se a opção por uma ci­dade para todos, in­de­pen­den­te­mente da con­dição so­cial e do local onde cada um vive.

A par­ti­ci­pação po­pular que ca­rac­te­riza Car­nide foi vi­sível no co­mício da CDU

«Porquê fazer no Bairro Padre Cruz o pri­meiro co­mício de cam­panha? A pri­meira razão é o exemplo. O exemplo do que não pode es­que­cido em Lisboa. Uma ci­dade que se quer de todos, não pode estar di­vi­dida entre as zonas onde se pas­seiam os tu­ristas e as mar­gens que ficam es­que­cidas», afirmou João Fer­reira pe­rante uma pla­teia com­posta por cen­tenas de apoi­antes, parte con­si­de­rável dos quais mo­ra­dores do bairro, um dos 66 ge­ridos pelo mu­ni­cípio. Sendo «o di­reito à ci­dade» a pa­lavra de ordem cen­tral da can­di­da­tura da CDU em Lisboa, o ve­re­ador e can­di­dato re­alçou que «não é só a luz, o rio e as co­linas» que dão be­leza à ca­pital, «é também este povo que lhe con­fere ca­rac­te­rís­ticas únicas».

Mas a es­colha de Car­nide (e da­quele bairro em par­ti­cular, onde vivem cerca de 6000 pes­soas) para re­a­lizar o co­mício teve outro mo­tivo: o facto de ali se com­provar o poder que as po­pu­la­ções têm, quando unidas e or­ga­ni­zadas. Foram e são elas que, com o apoio e o es­tí­mulo da Junta de Fre­guesia, de mai­oria CDU, con­quis­taram muito do que ali fal­tava e cons­troem uma fre­guesia à me­dida das suas as­pi­ra­ções. Ao con­trário do que su­cede na ge­ne­ra­li­dade dos bairros mu­ni­ci­pais, no Bairro Padre Cruz e o Bairro da Horta Nova, ambos em Car­nide, a re­qua­li­fi­cação ur­bana avançou, assim como a ins­ta­lação de di­versos ser­viços pú­blicos há muito re­cla­mados pelos mo­ra­dores.

Disto tinha já fa­lado, antes, o pre­si­dente da Junta de Fre­guesia e can­di­dato a um novo man­dato, Fábio Sousa, para quem «a ci­dade tem o dever de olhar para as suas gentes». Cri­ti­cando a em­presa mu­ni­cipal Ge­balis pelos per­ma­nentes atrasos em res­ponder às ne­ces­si­dades, Fábio Sousa atri­buiu à per­sis­tência e com­ba­ti­vi­dade dos mo­ra­dores e da au­tar­quia a que pre­side o facto de ali a re­qua­li­fi­cação ur­bana ter avan­çado mais do que nou­tros lo­cais da ci­dade, com a en­trega de 164 novas ha­bi­ta­ções.

O pre­si­dente da Junta de Fre­guesia va­lo­rizou tudo o que se al­cançou fruto do en­vol­vi­mento das po­pu­la­ções: a ins­ta­lação de im­por­tantes ser­viços pú­blicos na fre­guesia, a re­qua­li­fi­cação de ha­bi­ta­ções aten­dendo às es­pe­ci­fi­ci­dades de cada fa­mília, a re­a­bi­li­tação do es­paço pú­blico de modo a per­mitir a sua apro­pri­ação pelo povo, o apoio às cri­anças, aos idosos e às si­tu­a­ções so­ciais mais sen­sí­veis, a cri­ação do parque hor­tí­cola, a aposta no des­porto e na cul­tura: «agora já não é pre­ciso atra­vessar a ci­dade para ver te­atro», va­lo­rizou o au­tarca.

«Fa­lhanços» e al­ter­na­tiva
Se a gestão da CDU em Car­nide cons­titui um exemplo a se­guir, também a acção dos res­tantes eleitos, e desde logo dos ve­re­a­dores na Câ­mara Mu­ni­cipal, des­taca-se da de todas as ou­tras forças. Aliás, re­alçou João Fer­reira, a CDU tem pro­postas – e provas dadas – em áreas onde ou­tros fa­lharam.

O caso da ha­bi­tação é, a este res­peito, re­ve­lador: o PS pro­meteu dis­po­ni­bi­lizar neste man­dato 6000 casas a custos aces­sí­veis e o BE 7000. Ora, re­alçou o ve­re­ador e can­di­dato da CDU, nem se chegou às mil, «foi um fra­casso». A única boa no­tícia, nesta área, veio pre­ci­sa­mente dos eleitos da CDU, que pro­pu­seram e con­se­guiram fazer aprovar o Pro­grama de Ar­ren­da­mento a Custos Aces­sí­veis, o PACA, que prevê a re­a­bi­li­tação do parque ha­bi­ta­ci­onal pú­blico, que é imenso, e a sua dis­po­ni­bi­li­zação para ar­ren­da­mento. A sua apli­cação, no en­tanto, está aquém do que era ne­ces­sário – e pos­sível.

«Fa­lhanço» foi também o que su­cedeu na re­a­bi­li­tação ur­bana, nos 66 bairros mu­ni­ci­pais. Lem­brando que nos úl­timos anos a au­tar­quia da ca­pital teve os mai­ores or­ça­mentos da sua his­tória, João Fer­reira de­nun­ciou que pouco tenha sido feito nesta área fun­da­mental da acção do mu­ni­cípio. No man­dato 2013-2017, por exemplo, o que a Câ­mara gastou neste campo foi in­fe­rior às re­ceitas re­co­lhidas só pela taxa tu­rís­tica, que é uma «pe­que­nís­sima parte» do total das verbas que tem ao seu dispor.

De entre as pro­postas da CDU, João Fer­reira des­tacou a ne­ces­si­dade de me­lhorar o con­forto tér­mico, a efi­ci­ência ener­gé­tica e a se­gu­rança anti-sís­mica das casas dos bairros mu­ni­ci­pais e o pro­grama «Bairro Par­ti­ci­pado», que visa apro­fundar e re­plicar em toda a ci­dade a bem su­ce­dida ex­pe­ri­ência dos bairros Padre Cruz e Horta Nova.

A di­ri­gente do PEV e can­di­data à As­sem­bleia Mu­ni­cipal de Lisboa, Cláudia Ma­deira, va­lo­rizou ou­tras das con­quistas da CDU, par­ti­cu­lar­mente – pelo seu im­pacto so­cial e am­bi­ental – o passe so­cial in­ter­modal mais ba­rato e vá­lido em todas as ope­ra­doras da Área Me­tro­po­li­tana. Após lem­brar que a de­fesa do am­bi­ente e do bem-estar animal não é, para Os Verdes, «uma moda», a di­ri­gente do PEV re­alçou o papel de­ci­sivo do poder local de­mo­crá­tico para a con­cre­ti­zação de uma das prin­ci­pais con­signas do mo­vi­mento eco­lo­gista: pensar global, agir local.

 

Cons­truir a res­posta que se impõe

«Num tempo em que se fala tanto em in­ves­ti­mentos de mi­lhões, é pre­ciso dis­po­ni­bi­lizar verbas para as res­posta so­ciais, para a di­na­mi­zação da eco­nomia Na­ci­onal e do mer­cado In­terno, para a va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios e do sa­lário mí­nimo na­ci­onal, para a de­fesa da pro­dução na­ci­onal, para a ca­pa­ci­tação dos ser­viços pú­blicos em pes­soal e meios, para in­vestir na me­lhoria do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde», afirmou Je­ró­nimo de Sousa no co­mício de Car­nide.

Para o Se­cre­tário-geral do PCP, a re­dução do nú­mero de mé­dicos em re­gime de ex­clu­si­vi­dade no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde é algo que pre­o­cupa os co­mu­nistas, que não acor­daram agora para o pro­blema. Pelo con­trário, lem­brou, «há muito que temos vindo a re­clamar me­didas para re­solver esta questão e também a fi­xação de mé­dicos nas zonas ca­ren­ci­adas». Ambas as ma­té­rias foram le­van­tadas pelo PCP na dis­cussão do Or­ça­mento do Es­tado para este ano. Se a pri­meira foi apro­vada e está em vigor, sofre porém de um pro­blema: «o Go­verno não a con­cre­tiza porque não está in­te­res­sado.» Quanto ao alar­ga­mento da ex­clu­si­vi­dade, foi in­vi­a­bi­li­zado pelo voto con­trário do PS.

Vol­tando a lem­brar o que de sig­ni­fi­ca­tivo os tra­ba­lha­dores e o povo al­can­çaram graças à in­ter­venção do PCP, Je­ró­nimo de Sousa re­a­firmou a ne­ces­si­dade de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, «capaz de re­solver pro­blemas acu­mu­lados e en­cetar uma tra­jec­tória de de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e so­cial». O au­mento dos sa­lá­rios, o com­bate à pre­ca­ri­e­dade e a des­re­gu­lação dos ho­rá­rios, e o di­reito à con­tra­tação co­lec­tiva são al­gumas das res­postas ur­gentes, a par da «ina­diável va­lo­ri­zação das pen­sões e re­formas», da ga­rantia de uma rede de lares e do apoio efec­tivo aos idosos, suas fa­mí­lias e cui­da­dores, bem como de uma rede de cre­ches gra­tuitas, e uma po­lí­tica fiscal mais justa.

 

No Seixal o des­porto é para todos!

Na quinta-feira, 16 de Se­tembro, Je­ró­nimo de Sousa deu o «pon­tapé de saída» em de­fesa do di­reito ao des­porto e do des­porto para todos. Vi­sitou, de manhã, o novo Centro de Treinos do Amora Fu­tebol Clube, no Seixal, inau­gu­rado no dia 1 de Maio. Este novo equi­pa­mento – si­tuado no Parque Mu­ni­cipal do Ser­rado – re­sulta do in­ves­ti­mento da Câ­mara Mu­ni­cipal (CMS), no valor de 2,5 mi­lhões de euros. É cons­ti­tuído por um campo de fu­tebol, novos bal­neá­rios e ban­cadas co­bertas, com ca­pa­ci­dade para mil lu­gares, além das ne­ces­sá­rias ins­ta­la­ções de apoio.

Logo à en­trada, das mãos do pre­si­dente do clube, Carlos Hen­ri­ques, acom­pa­nhado por vá­rios ele­mentos da di­recção, Je­ró­nimo de Sousa re­cebeu dois li­vros, que re­cordam os 100 anos de his­tória do Amora Fu­tebol Clube (1921 – 2021) e um ca­checol ofi­cial.

Entre ou­tros eleitos e can­di­datos da CDU, es­ti­veram também pre­sentes os pre­si­dentes da CMS, Jo­a­quim Santos, e da Junta de Fre­guesia de Amora,Ma­nuel Araújo, que se re­can­di­datam a um ter­ceiro man­dato, bem como Al­fredo Mon­teiro, ac­tual pre­si­dente da As­sem­bleia Mu­ni­cipal, que volta a en­ca­beçar a lista da CDU ao mesmo órgão.

No final, Jo­a­quim Santos re­feriu que aquele equi­pa­mento «con­cre­tiza o que tem sido a po­lí­tica des­por­tiva pra­ti­cada pela CDU». Deu ou­tros exem­plos, entre os quais o novo Pa­vi­lhão Ci­dade de Amora, o Centro Náu­tico de Amora e o Com­plexo Des­por­tivo de Santa Marta do Pi­nhal, em exe­cução. O Es­tádio Mu­ni­cipal do Bravo, o Pa­vi­lhão do Clube Des­por­tivo e Re­cre­a­tivo Águias Unidas do Fan­queiro, o Pa­vi­lhão do Por­tugal Cul­tura e Re­creio, o Pa­vi­lhão Le­onel Fer­nandes (na Mundet), a Pis­cina Mu­ni­cipal de Al­deia de Paio Pires, entre ou­tros equi­pa­mentos, são obras con­cluídas du­rante este man­dato.

Su­bli­nhando a im­por­tância do mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo po­pular como es­paço de de­mo­cracia par­ti­ci­pada, o Se­cre­tário-geral do PCP alertou para as di­fi­cul­dades de mi­lhares de as­so­ci­a­ções des­por­tivas e clubes de base local, que contam com pouco fi­nan­ci­a­mento pú­blico – so­bre­vi­vendo quase ex­clu­si­va­mente graças ao apoio das au­tar­quias. «Este é um sector que pre­cisa do in­ves­ti­mento e apoio do Go­verno», apontou, va­lo­ri­zando, assim, a 38.ª Sei­xa­liada, que este ano se re­a­liza de 18 de Se­tembro a 16 de Ou­tubro, «en­vol­vendo mi­lhares de atletas, de di­versas mo­da­li­dades, o que é no­tável» e «honra o con­celho do Seixal e quem di­rige a au­tar­quia». «Vamos a sí­tios onde as coisas estão muito di­fí­ceis, onde há pro­blemas, onde há ra­zões de crí­tica, aqui sabe bem po­dermos saudar este mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo e a res­pon­sa­bi­li­zação de ho­mens e mu­lheres dis­postos a levar que o seu con­celho seja pres­ti­giado e res­ponda aos an­seios mais pro­fundos da sua po­pu­lação», con­cluiu.



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