Por diferentes caminhos prontos para a luta
Ao Partido dos trabalhadores portugueses – e justamente referimo-lo como o Partido porque é o único que não vende gato por lebre e caminha lado a lado com os que sempre se aprontou a defender – têm chegado todos os dias caras novas.
Por um lado, impressiona a capacidade regenerativa e de rejuvenescimento que tem este Partido secular: geração após geração, década após década, luta após luta, em diferentes e sempre exigentes contextos, aqui está um PCP forte, determinado e pronto para assumir o seu compromisso de sempre com os trabalhadores e o povo e para receber quem a ele vier por bem.
Por outro lado, pode-se concluir que esta capacidade de rejuvenescimento, constante ao longo dos últimos 100 anos, comprova uma questão muito simples: é justa a causa pela que lutam os comunistas. Milhares de portugueses, ao longo de anos, nunca deixaram de encontrar motivação para dar o passo da militância e de se entregarem à construção de uma sociedade livre de todas as formas de exploração e opressão.
Somar força
O Avante! conversou com dois novos militantes, pessoas que, aceitando este imenso património de luta, estão prontos para levar o Partido em direcção ao futuro. Os caminhos que João e Cláudia percorreram até chegarem àquele momento em que preencheram a ficha de inscrição no PCP não são de todo iguais. Existe, no entanto, um aspecto em que muito se assemelham: o destino – que tem mais de ponto de partida do que de chegada – parecia certo.
«Era inevitável porque eu cresci no seio de uma família comunista, vou à Festa do Avante! desde pequenino, os meus avós também eram do Partido e por aí fora», contou João, que chegou a pertencer à JCP na sua adolescência, mas que, «com o tempo» e «com as curvas que a vida dá», acabou por perder a ligação. No entanto, o novo militante, de 33 anos, natural de Aljustrel e mineiro de profissão, chegou a uma altura da sua vida em que começou a «tomar atenção» àquilo que o rodeava: «Percebi que aqueles que lutam por nós e estão ao lado dos trabalhadores são os comunistas e o PCP», relatou.
Foi após as últimas eleições autárquicas, depois de ter participado no projecto da CDU, para somar força à dos camaradas do seu concelho, que decidiu dar o passo.
Neste momento, está eleito na Assembleia Municipal de Aljustrel e integra, como suplente, a lista da CDU pelo círculo eleitoral de Beja às legislativas de 30 de Janeiro.
Lado certo
Também Cláudia tem a plena convicção de que tomou a decisão mais acertada. Quando questionada sobre o futuro e o Partido, respondeu com convicção: «Nada que me assuste!. Sempre estive disponível, mas agora pode-se dizer que o nível de compromisso é diferente. Tenho consciência disso, mas levei muitos anos a pensar nesta decisão e não estou nada arrependida», afirmou.
Natural de Lisboa, Cláudia foi criada em Moscavide, onde conheceu muitos alentejanos que sempre lhe demonstraram um grande sentido de entre-ajuda e camaradagem. Foram as histórias que lhe contaram sobre o sofrimento, a fome, as prisões e a opressão, em conjunto com o momento particularmente difícil em que o País está, que a fizeram pensar que talvez fosse este o momento certo para se juntar aos comunistas, com quem sempre conviveu.
A lisboeta que se mudou para a cidade de Beja aos 17 anos, onde é assistente técnica na Câmara Municipal, afirma sem dúvidas no rosto, que tem orgulho em poder dizer que está «do lado certo».