No dia 7, à porta do Hos­pital Curry Ca­bral, Alma Ri­vera acom­pa­nhou a greve le­vada a cabo pela es­ma­ga­dora mai­oria dos fun­ci­o­ná­rios da Sá Limpa, em­presa con­ces­si­o­nária da hi­giene da­quela uni­dade do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde. Não foi a pri­meira vez que a eleita co­mu­nista e can­di­data pelo cír­culo elei­toral de Lisboa nas le­gis­la­tivas de 30 de Ja­neiro, acom­pa­nhou a ini­ci­a­tiva da­queles tra­ba­lha­dores, tendo mesmo já ques­ti­o­nado os mi­nis­tros da Saúde e do Tra­balho sobre vá­rias vi­o­la­ções à lei e in­jus­tiças de que têm sido alvo e contra as quais têm vindo a lutar.

De resto, a luta dos tra­ba­lha­dores, cada vez mais or­ga­ni­zada e a fazer so­bres­sair o valor da uni­dade, já ga­rantiu a de­vo­lução a al­guns dos abu­sivos des­contos sa­la­riais que o pa­trão jus­ti­fi­cava com «des­pesas ad­mi­nis­tra­tivas», mas muito ainda falta repor.

Para con­quistar pelos tra­ba­lha­dores ao ser­viço da Sá Limpa no Curry Ca­bral está, ainda, o fim das trans­fe­rên­cias abu­sivas, o re­cru­ta­mento de pes­soal su­fi­ci­ente para aco­modar as ne­ces­si­dades do ser­viço, o pa­ga­mento do sub­sídio de re­feição ao sá­bado e ao do­mingo, o for­ne­ci­mento de far­da­mento e ma­te­rial de lim­peza em quan­ti­dade e qua­li­dade, dado que se trata de lim­peza de lixos con­ta­mi­nados, entre ou­tras ma­té­rias.

Avançar

Em pano de fundo e como ob­jec­tivo prin­cipal mantém-se a con­tra­tação destes tra­ba­lha­dores pelo Curry Ca­bral, aca­bando com a sua pas­sagem de em­presa para em­presa a quem os go­vernos vão, pe­ri­o­di­ca­mente, en­tre­gando a lim­peza in­dus­trial dos hos­pi­tais do SNS.

Já no dia 9, Alma Ri­vera di­rigiu-se aos tra­ba­lha­dores que la­boram ao ser­viço de uma outra em­presa pri­vada no Hos­pital de Santa Maria, igual­mente em Lisboa, onde a au­sência de va­lo­ri­zação sa­la­rial e pro­fis­si­onal ou as de­fi­ci­entes con­di­ções de tra­balho, in­cluindo pro­ce­di­mentos bá­sicos de se­gu­rança no ac­tual con­texto epi­de­mi­o­ló­gico, estão a mo­tivar a acção co­lec­tiva.

Também no sector da lim­peza, im­porta re­gistar o con­tacto efec­tuado em Santa Apo­lónia, dia 30 de No­vembro, pelo de­pu­tado e re­can­di­dato pelo cír­culo de Lisboa nas listas da CDU, Du­arte Alves. Em con­versa com os tra­ba­lha­dores que as­se­guram a lim­peza dos com­boios e da es­tação fer­ro­viária, em­bora sejam con­tra­tados pela Iluso e Iberlim, em­presas que ga­nharam a ex­ter­na­li­zação do ser­viço le­vada a cabo pela CP e IP, Du­arte Alves cons­tatou que per­ma­necem tra­ba­lha­dores com sa­lá­rios em atraso.

A falta de pa­ga­mento das re­mu­ne­ra­ções já sus­citou ques­ti­o­na­mento da ban­cada do PCP, tendo o Par­tido cha­mado, em Se­tembro e Ou­tubro pas­sados, os ad­mi­nis­tra­dores da CP e da IP e o mi­nistro das Infra-es­tru­turas e Ha­bi­tação à As­sem­bleia da Re­pú­blica.

Acresce que os con­tra­tados pela Iluso não têm nos res­pec­tivos re­cibos de ven­ci­mento os va­lores efec­ti­va­mente de­vidos, isto para além de não terem far­da­mento ade­quado, sendo obri­gados a usar o an­tigo far­da­mento da Am­bi­Jardim sem que tal sus­cite à Iluso qual­quer pro­blema, o que, por sua vez, avo­luma as sus­peitas de que entre a an­te­rior con­ces­si­o­nária da lim­peza das com­po­si­ções fer­ro­viá­rias e de­ve­dora de sa­lá­rios e a ac­tual, pode existir uma li­gação, a qual se en­contra, to­davia, por es­cla­recer ca­bal­mente.