Fenprof exigiu do Governo transparência e vacinação

O mi­nistro da Edu­cação con­tinua a ocultar in­for­ma­ções re­que­ridas sobre o im­pacto da epi­demia nas es­colas e me­tade dos pro­fis­si­o­nais do sector con­tinua sem re­forço da va­ci­nação, pro­testou a Fen­prof.

O Go­verno não deu res­posta ao en­ve­lhe­ci­mento da pro­fissão do­cente

O alerta foi dado numa nota à co­mu­ni­cação so­cial, emi­tida esta se­gunda-feira, dia 3, no início da se­mana de pro­lon­ga­mento da in­ter­rupção lec­tiva de Natal. A Fe­de­ração Na­ci­onal de Pro­fes­sores lem­brou que o adi­a­mento do início do se­gundo pe­ríodo deste ano lec­tivo foi de­ci­dido pe­rante o au­mento de novos casos diá­rios de COVID-19, as­si­na­lando que 2021 ter­minou «com a no­tícia de que dois terços dos cerca de 600 surtos de COVID-19 acon­te­ciam em es­colas».

Como «exem­plos da in­su­fi­ci­ência de de­ci­sões e me­didas» do Go­verno, re­la­ti­va­mente às es­colas, a Fen­prof in­dicou «a falta de tes­tagem ge­ne­ra­li­zada e re­gular, a não in­te­gração dos do­centes e ou­tros tra­ba­lha­dores das es­colas no grupo de pro­fis­sões pri­o­ri­tá­rias para a va­ci­nação de re­forço e a falta de uma es­tra­tégia clara para a va­ci­nação ge­ne­ra­li­zada dos jo­vens e cri­anças».

Aos go­ver­nantes e às au­to­ri­dades de saúde pú­blica cabem «ele­vadas res­pon­sa­bi­li­dades» pela fraca taxa de va­ci­nação das cri­anças. A Fen­prof re­cordou que uns e ou­tras, «ainda há um ano, re­pe­tiam que a COVID-19 não era um pro­blema na­quelas idades e que as es­colas eram um lugar se­guro e não pro­motor de con­tágio». Con­tudo, «um ano de­pois, neste seu zi­gue­za­guear ora­tório, vêm afirmar o con­trário, sendo na­tural que esta e ou­tras con­tra­di­ções não be­ne­fi­ciem o in­te­resse maior de saúde pú­blica, ge­rando dú­vidas nos pais».

 

Um pro­blema ajudou...

«Por força do en­ve­lhe­ci­mento da pro­fissão do­cente», «um pro­blema ao qual o Go­verno foi in­capaz de dar res­posta», «cerca de me­tade dos pro­fes­sores e edu­ca­dores po­derá já ter sido va­ci­nada ou agen­dado a va­ci­nação», mas «todos os ou­tros con­ti­nuam a aguardar».

A Fen­prof exigiu que estes sejam cha­mados à va­ci­nação «ainda antes do re­torno às aulas». No dia 4, en­tre­vis­tado numa te­le­visão, o se­cre­tário de Es­tado Ad­junto e da Saúde anun­ciou a pos­si­bi­li­dade de os pro­fes­sores po­derem aceder à va­ci­nação, em re­gime «casa aberta».

A fe­de­ração re­clamou igual­mente «trans­pa­rência em re­lação ao im­pacto da COVID-19 nas es­colas, de­vendo o Mi­nis­tério da Edu­cação dis­po­ni­bi­lizar as in­for­ma­ções re­que­ridas», no dia 2 de De­zembro, e que, sem res­posta, a fe­de­ração de­cidiu, no dia 21, obter com re­curso à via ju­di­cial.

Trata-se de «dados de que o ME dispõe e que tem obri­gação legal de dis­po­ni­bi­lizar», tais como: a lista das es­colas e jar­dins de in­fância em que foram iden­ti­fi­cados casos de COVID-19; o nú­mero de do­centes, tra­ba­lha­dores não do­centes e alunos (cri­anças) in­fec­tados em cada es­ta­be­le­ci­mento; o nú­mero de turmas em iso­la­mento nos úl­timos 14 dias de No­vembro; o nú­mero global de do­centes, alunos e tra­ba­lha­dores não do­centes das es­colas que, nesse pe­ríodo, es­ti­veram em iso­la­mento ou qua­ren­tena.

O ME «pa­rece querer re­petir a ati­tude de ocul­tação» que ocorreu no ano lec­tivo pas­sado, com con­de­nação do mi­nistro, assim per­mi­tindo então re­velar que tinha ha­vido casos de in­fecção por SARS-CoV-2 em mais de três mil es­ta­be­le­ci­mentos de edu­cação e en­sino (pú­blicos e pri­vados).

 



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