Administração deve tirar ilações da greve histórica na CGD

Ao saudar a «enorme adesão dos tra­ba­lha­dores a esta greve his­tó­rica», o STEC ma­ni­festou a ex­pec­ta­tiva de que a ad­mi­nis­tração CGD «saiba re­tirar as de­vidas ila­ções» na res­posta às rei­vin­di­ca­ções.

A ad­mi­nis­tração mi­li­o­nária quer impor au­mentos in­fe­ri­ores à in­flação

Lusa

A 31 de De­zembro, se­gundo dia de greve, man­teve-se «a adesão mas­siva dos tra­ba­lha­dores, ul­tra­pas­sando os 70 por cento re­gis­tados ontem», o que «con­so­lida e de­monstra o in­des­men­tível e com­pro­vado êxito» da luta, afirmou o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores das Em­presas do Grupo CGD.

Na sau­dação di­ri­gida aos tra­ba­lha­dores, o STEC sa­li­entou que, «pelo se­gundo dia con­se­cu­tivo, en­con­tram-se cen­tenas de agên­cias en­cer­radas ou ino­pe­ra­ci­o­nais, apenas com a ge­rência pre­sente, sem as mí­nimas con­di­ções para prestar qual­quer tipo de aten­di­mento ao pú­blico».

Foram também sau­dados «todos os tra­ba­lha­dores e re­for­mados, que se des­lo­caram de di­fe­rentes pontos do País, para marcar pre­sença na con­cen­tração re­a­li­zada ontem frente à sede da CGD», onde também com­pa­receu uma de­le­gação da CGTP-IN, in­te­grando a sua Se­cre­tária-geral, Isabel Ca­ma­rinha.

O STEC de­clarou que «não ex­clui a pos­si­bi­li­dade de novas ac­ções de luta, caso a si­tu­ação la­boral não se al­tere».

Logo no pri­meiro dia, o sin­di­cato con­si­derou que a greve es­tava a ser «um êxito», afir­mando que «de norte a sul, pas­sando pelas ilhas, não há agên­cias da CGD a fun­ci­onar com nor­ma­li­dade». Desta forma, «os tra­ba­lha­dores da CGD ma­ni­fes­taram a sua in­dig­nação e re­volta à ad­mi­nis­tração, pela forma so­bran­ceira, in­tran­si­gente e des­res­pei­tosa como estão a ser tra­tados re­la­ti­va­mente à re­visão da ta­bela sa­la­rial, ao tra­balho su­ple­mentar não pago e ao as­sédio que sobre eles recai e que se re­veste de vá­rias formas».

«Foram muitas as ten­ta­tivas de des­mo­bi­li­zação, mas os tra­ba­lha­dores da CGD não se dei­xaram con­di­ci­onar ou ate­mo­rizar», re­alçou o STEC.

 

So­li­da­ri­e­dade firme

O PCP marcou pre­sença na con­cen­tração de dia 30, «em apoio, não apenas da luta dos tra­ba­lha­dores, mas também da de­fesa da Caixa Geral de De­pó­sitos» porque «a luta dos tra­ba­lha­dores, pelos seus di­reitos, pelo au­mento dos sa­lá­rios, pelo pa­ga­mento das horas extra, também é uma luta pela de­fesa da CGD, en­quanto en­ti­dade pú­blica ban­cária ro­busta e capaz de res­ponder às ne­ces­si­dades da po­pu­lação e da eco­nomia na­ci­onal», como afirmou Mi­guel Tiago, membro da Co­missão do PCP para as Ac­ti­vi­dades Eco­nó­micas e can­di­dato à AR nas listas da CDU.

Numa breve de­cla­ração, ob­servou que «o ataque aos tra­ba­lha­dores é, também, um ataque à Caixa Geral de De­pó­sitos». O au­mento sa­la­rial rei­vin­di­cado está «per­fei­ta­mente dentro das pos­si­bi­li­dades» do banco pú­blico, mas «a ad­mi­nis­tração mais bem paga da his­tória da Caixa Geral de De­pó­sitos acha que os tra­ba­lha­dores não me­recem um au­mento se­quer cor­res­pon­dente à in­flação».

Essa mesma ad­mi­nis­tração «con­tinua sem pagar as horas extra», e «con­ti­nuam as re­pre­sá­lias a di­versos tra­ba­lha­dores, o en­cer­ra­mento de bal­cões, tudo isto numa fúria de des­truição da Caixa, de fra­gi­li­zação da Caixa, que visa trans­formar a Caixa Geral de De­pó­sitos numa “Cai­xinha”».

«Da parte do PCP, contam estes tra­ba­lha­dores, contam os tra­ba­lha­dores por­tu­gueses, com uma po­sição firme na de­fesa da Caixa», as­se­gurou Mi­guel Tiago, re­cor­dando «aquilo que o PCP en­tende que de­veria ser feito e que os tra­ba­lha­dores também en­tendem que de­veria ser feito»: «de­pois de ca­pi­ta­lizar a Caixa, fazer uma re­es­tru­tu­ração, para que a Caixa fique mais capaz, mais forte, mais ro­busta e, também isso im­plica, com mais res­peito pelos tra­ba­lha­dores».

 



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