CNA reclama um Ministério da Agricultura com peso político e institucional

A CNA con­si­dera «im­pres­cin­dível» o re­forço do Mi­nis­tério da Agri­cul­tura, de forma a de­fender os ren­di­mentos dos agri­cul­tores e da Agri­cul­tura Fa­mi­liar e a ga­rantir o acesso dos ci­da­dãos a uma ali­men­tação de qua­li­dade.

Enormes au­mentos dos custos dos fac­tores de pro­dução

A po­sição da Con­fe­de­ração Na­ci­onal da Agri­cul­tura (CNA) foi to­mada no pas­sado dia 4, na sequência das elei­ções para a As­sem­bleia da Re­pú­blica, sa­bendo-se já que o Pre­si­dente da Re­pú­blica irá in­di­gitar o Se­cre­tário-geral do PS como pri­meiro-mi­nistro do XXIII Go­verno Cons­ti­tu­ci­onal, o que também sig­ni­fica a for­mação de um novo Go­verno.

Se­gundo a CNA, os «enormes au­mentos dos custos dos fac­tores de pro­dução, os abusos da grande dis­tri­buição ali­mentar e da in­dús­tria da ma­deira que pres­si­onam em baixa os preços pagos aos agri­cul­tores e pro­du­tores flo­res­tais, o en­ve­lhe­ci­mento do te­cido agrí­cola e a de­ser­ti­fi­cação hu­mana das zonas ru­rais, a que agora se somam di­fi­cul­dades de­vido à seca», são pro­blemas que é ur­gente re­solver. «Muito pre­o­cu­pante» é, também, a si­tu­ação dos pro­du­tores de leite e pe­cuá­rios, de­sig­na­da­mente de suínos, exi­gindo-se, por isso, «me­didas ime­di­atas».

Ao mesmo tempo, con­tinua a Con­fe­de­ração, «as grandes im­pli­ca­ções da Po­lí­tica Agrí­cola Comum (PAC) na agri­cul­tura na­ci­onal e na vida dos agri­cul­tores também re­co­mendam uma pre­sença na­ci­onal es­pe­ci­fi­ca­mente clara e forte no con­texto da PAC e da União Eu­ro­peia (UE)».

Res­postas

Neste sen­tido, a CNA exige uma «res­posta eficaz» que só é «pos­sível» com um Mi­nis­tério da Agri­cul­tura «re­for­çado, que abranja as áreas da Flo­resta e do De­sen­vol­vi­mento Rural, e com com­pe­tên­cias, meios e re­cursos hu­manos ne­ces­sá­rios para apoiar o tra­balho e a gestão das ex­plo­ra­ções agrí­colas fa­mi­li­ares em todo o ter­ri­tório na­ci­onal».

«Um Mi­nis­tério da Agri­cul­tura com peso po­lí­tico e ins­ti­tu­ci­onal, com es­tru­turas téc­nicas e ser­viços de apoio ao de­sen­vol­vi­mento do sector, pró­ximo dos agri­cul­tores e das suas or­ga­ni­za­ções», re­força a Con­fe­de­ração, para quem «as po­lí­ticas na­ci­o­nais dos an­te­ri­ores go­vernos e da UE têm pro­vo­cado o agra­va­mento dos pro­blemas no sector» e «le­vado à eli­mi­nação de mi­lhares de ex­plo­ra­ções agrí­colas, so­bre­tudo da Agri­cul­tura Fa­mi­liar».

 

10 me­didas ur­gentes

«Por­tugal pre­cisa de ou­tras e me­lhores po­lí­ticas agro-ru­rais, que de­fendam a pro­dução agrí­cola e flo­restal na­ci­onal, en­quanto sector es­tra­té­gico e ga­rante de so­be­rania», con­si­dera a CNA.

Em Ja­neiro, a Con­fe­de­ração avançou com um con­junto de 10 me­didas para a Agri­cul­tura Fa­mi­liar e o Mundo Rural que con­si­dera «pri­o­ri­tá­rias» para a nova le­gis­la­tura: de­fender a pro­dução com es­co­a­mento a preços justos; com­bater os ele­vados custos dos fac­tores de pro­dução; con­cre­tizar ple­na­mente o es­ta­tuto da Agri­cul­tura Fa­mi­liar; aplicar a PAC com re­gras que de­fendam os pe­quenos e mé­dios pro­du­tores; de­fender a flo­resta e os bal­dios; com­bater os pre­juízos pro­vo­cados por ani­mais sel­va­gens; de­fender o acesso à terra, os re­cursos na­tu­rais e o clima; re­ju­ve­nescer a agri­cul­tura e va­lo­rizar as mu­lheres agri­cul­toras; mais e me­lhores ser­viços pú­blicos nos ter­ri­tó­rios ru­rais.

Es­va­zi­a­mento
Ainda se­gundo a CNA, a se­pa­ração, na úl­tima le­gis­la­tura, das com­pe­tên­cias da Agri­cul­tura, da Flo­resta e do De­sen­vol­vi­mento em três mi­nis­té­rios foi um «erro que pre­ju­dicou o sector agro-flo­restal, des­va­lo­ri­zando a sua im­por­tância eco­nó­mica e so­cial, bem como a sua in­fluência po­si­tiva e di­recta sobre o Mundo Rural».



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