Pôr fim à escalada promover a paz e a cooperação

O PCP emitiu, no dia 24, uma nota sobre a situação na Ucrânia, intitulada «PCP apela à promoção de iniciativas de diálogo e à paz na Europa», que publicamos na íntegra.

PCP apela à promoção de iniciativas de diálogo e à paz na Europa

«O PCP expressa a sua profunda preocupação pelos graves desenvolvimentos na situação no Leste da Europa, envolvendo operações militares de grande envergadura da Rússia na Ucrânia, muito para além da região do Donbass, e apela à urgente desescalada do conflito, à instauração de um cessar-fogo e à abertura de uma via negocial.

«O PCP reafirma a premente necessidade de iniciativas que contribuam para um processo de diálogo com vista a uma solução política para o conflito na Ucrânia, à resposta aos problemas de segurança colectiva na Europa, ao cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia – princípios que o PCP defendeu quando estavam em causa as guerras contra a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão, a Líbia ou a Síria, e que continua em coerência a defender hoje com a mesma convicção.

«O PCP salienta que o agravamento da situação é indissociável da perigosa estratégia de tensão e confrontação promovida pelos EUA, a NATO e a UE contra a Rússia, que passa pelo contínuo alargamento da NATO e o reforço do seu dispositivo militar ofensivo junto às fronteiras daquele país, e em que insere a instrumentalização da Ucrânia, desde o golpe de estado de 2014, com o recurso a grupos fascistas, e que levou à imposição de um regime xenófobo e belicista, cuja violenta acção é responsável pelo agravamento de fracturas e divisões naquele país.

«O PCP sublinha que a Rússia é um país capitalista, cujo posicionamento é determinado, no essencial, pelos interesses das suas elites e detentores dos seus grupos económicos, com uma concepção de classe oposta à do PCP. Posicionamento que teve expressão, nomeadamente, nas declarações de Putin proferidas no início desta semana que constituem uma grosseira deformação da notável solução que a União Soviética encontrou para a questão das nacionalidades e o respeito pelos povos e suas culturas. Importa, ao mesmo tempo, sublinhar que não é expectável que a Rússia, cujo povo conheceu na história colossais agressões, considere aceitável que seja incrementado junto às suas fronteiras um cerco militar por via de um ainda maior alargamento da NATO.

«A solução não é a guerra, é a paz e a cooperação. Em defesa dos interesses e das aspirações do povo português e dos povos de toda a Europa, o Governo português deverá actuar de forma a favorecer o fim da escalada de confrontação e a facilitar uma solução negociada, e não alinhar Portugal na estratégia de crescente tensão ditada pelos EUA, a NATO e a UE.»




Mais artigos de: Europa

Só a diplomacia pode levar a uma solução política e à paz

Com a guerra já a travar-se no coração da Ucrânia, com pesadas consequências para o povo daquele país, EUA, NATO e UE elevam ainda mais a escalada belicista e militarista. Mas há também quem advogue uma solução diplomática e negociada para o conflito.

Factos e números sobre a situação na Ucrânia

Ideias-chave É urgente: desescalada do conflito, instauração de cessar-fogo, abertura de via negocial O PCP expressa a sua profunda preocupação pelos graves desenvolvimentos na situação no Leste da Europa, com operações militares de grande envergadura da Rússia na Ucrânia, e apela à urgente...