Melhores salários com direitos conquistados em unidade

O valor da uni­dade dos tra­ba­lha­dores e da sua ex­pressa dis­po­ni­bi­li­dade para a luta ficou com­pro­vado nas Minas da Pa­nas­queira, na Cimpor, na Böl­linghaus, na Atlân­ti­co­line e na dis­tri­buição far­ma­cêu­tica.

A uni­dade que ga­rante avanços também se ci­menta na luta

Lusa

Nestes casos, com des­fecho mais re­cente, foram acor­dados pelos sin­di­catos da CGTP-IN au­mentos sa­la­riais anuais, pre­ser­vando os di­reitos ins­critos na con­tra­tação co­lec­tiva e pre­vendo efeitos re­tro­ac­tivos a 1 de Ja­neiro.

Para o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da In­dús­tria Mi­neira, a uni­dade dos tra­ba­lha­dores da Be­ralt Tin & Wol­fram Por­tugal (con­ces­si­o­nária das Minas da Pa­nas­queira), que teve ex­pressão nas po­si­ções as­su­midas em ple­ná­rios, e a dis­po­ni­bi­li­dade para a luta que levou à apro­vação de um pe­ríodo de greve, foram fac­tores de­ter­mi­nantes para al­cançar uma ac­tu­a­li­zação sa­la­rial de 3,5 por cento, a que acrescem os va­lores de 10, 15 ou 22,50 euros (mais ele­vado para os ní­veis sa­la­riais in­fe­ri­ores).
Também au­mentam os va­lores do sub­sídio de turno e das anui­dades, como anun­ciou o sin­di­cato no dia 6.

«Fruto da uni­dade, da par­ti­ci­pação dos tra­ba­lha­dores e da pos­si­bi­li­dade de avan­çarem para a greve ainda em Abril», foi al­can­çado na Cimpor um acordo que es­ta­be­lece au­mentos de dois por cento (mí­nimo de 40 euros), de Ja­neiro a Junho, e novo au­mento de 15 euros, em Julho – como re­feriu a Fe­viccom, num co­mu­ni­cado de dia 7.
Neste acordo, que iria ser as­si­nado ontem, dia 20, também as cláu­sulas de ex­pressão pe­cu­niária têm au­mentos su­pe­ri­ores ao ve­ri­fi­cado em anos an­te­ri­ores.
Ficou acor­dada, entre a fe­de­ração e a ad­mi­nis­tração da em­presa, a cons­ti­tuição de um grupo de tra­balho para, até Se­tembro, apre­sentar con­clu­sões sobre a ge­ne­ra­li­zação do ho­rário se­manal de 37,5 horas (nas fá­bricas ainda são pra­ti­cadas 39 horas).
A co­or­de­na­dora da fe­de­ração, Fá­tima Mes­sias, em de­cla­ra­ções ao Avante!, as­si­nalou ainda o re­cente au­mento da sin­di­ca­li­zação e a pre­pa­ração, para Maio, da eleição de de­le­gados sin­di­cais.

Na Böl­linghaus Steel, em Vi­eira de Leiria (Ma­rinha Grande), foi de­ci­dido, no dia 7, em ple­nário de tra­ba­lha­dores, não con­ti­nuar com a greve às horas extra, uma vez que a nova pro­posta sa­la­rial pa­tronal veio ao en­contro das rei­vin­di­ca­ções apre­sen­tadas.
Num co­mu­ni­cado que emitiu no dia se­guinte, o SITE CSRA in­formou que a pro­posta aceite prevê, para todos os tra­ba­lha­dores, um au­mento de 60 euros, com efeitos re­tro­ac­tivos a Ja­neiro deste ano, e novo au­mento de 60 em Ja­neiro de 2023. O sub­sídio de ali­men­tação pas­sará, em 2024, de 5,00 para os 6,50 euros rei­vin­di­cados.

Para o sector do co­mércio e distri­buição de pro­dutos far­ma­cêu­ticos e/​ou ve­te­ri­ná­rios, a Fi­e­qui­metal e os seus sin­di­catos acor­daram, com a as­so­ci­ação pa­tronal Gro­quifar, uma ac­tu­a­li­zação sa­la­rial que re­pre­senta um au­mento médio de 8,33 por cento, na ta­bela sa­la­rial, e de 5,82 por cento, na massa sa­la­rial, pre­ser­vando os di­reitos ins­critos no con­trato co­lec­tivo.
Os novos va­lores, cons­tantes no acordo pu­bli­cado no dia 8 no Bo­letim do Tra­balho e Em­prego, têm apli­cação re­tro­ac­tiva a Ja­neiro de 2022 e âm­bito na­ci­onal (abran­gendo igual­mente as em­presas fi­li­adas na Adifa).
A fe­de­ração, num co­mu­ni­cado de me­ados de Março, con­si­derou o acordo po­si­tivo para os tra­ba­lha­dores, sa­li­en­tando que nada im­pede as em­presas de pa­garem acima destes va­lores mí­nimos, con­so­ante os re­sul­tados ob­tidos e a sua ca­pa­ci­dade fi­nan­ceira.
Foram re­me­tidas para fu­tura ne­go­ci­ação ou­tras rei­vin­di­ca­ções, como a re­dução do ho­rário de tra­balho, o re­gu­la­mento do tra­balho por turnos, o di­reito a dis­pensa no dia de ani­ver­sário, fé­rias anuais de 25 dias, me­lho­rias nas diu­tur­ni­dades.

De­pois de um pe­ríodo de greves, ini­ciado a 1 de De­zembro e que se pro­longou até final de Março (ex­cep­tu­ando ser­viços de emer­gência na Ilha de São Jorge), o Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da Ma­rinha Mer­cante (Si­ma­mevip) anun­ciou, dia 1, que o pro­cesso ne­go­cial para re­visão anual do Acordo de Em­presa da Atlân­ti­co­line foi con­cluído e «os ob­jec­tivos foram al­can­çados, con­se­guindo-se au­mentos sa­la­riais para todas as ca­te­go­rias pro­fis­si­o­nais».
Esta luta tra­duziu-se igual­mente «no re­forço da uni­dade, fir­meza e de­ter­mi­nação dos tra­ba­lha­dores» da trans­por­ta­dora que liga as ilhas aço­ri­anas, sa­li­entou o sin­di­cato.

 



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