Rússia disponível para apoiar exportação de cereais

A Rússia está dis­po­nível para dis­cutir com Kiev a ex­por­tação de ce­reais ucra­ni­anos com a me­di­ação das Na­ções Unidas, afirmou em An­cara o mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros russo, Ser­guéi La­vrov.

Após con­ver­sa­ções ofi­ciais com o seu ho­mó­logo da Tur­quia, Me­vlut Ca­vu­soglu, no dia 11, o mi­nistro russo ga­rantiu que se a Ucrânia chegar a des­minar e per­mitir a saída de na­vios dos seus portos, a Rússia não se apro­vei­tará dessa si­tu­ação no in­te­resse da sua ope­ração mi­litar. E con­firmou que o seu país está pronto, em co­or­de­nação com An­cara, para criar con­di­ções de se­gu­rança que per­mitam a saída dos na­vios dos portos ucra­ni­anos, es­cla­re­cendo, no en­tanto, que Kiev re­jeita, para já, des­minar as suas águas ter­ri­to­riais.

O chefe da di­plo­macia russa con­si­derou que a si­tu­ação dos ce­reais ucra­ni­anos, que os países oci­den­tais e Kiev tratam de con­verter em «ca­tás­trofe global», não é a res­pon­sável pela crise ali­mentar mun­dial, su­bli­nhando que a pro­porção do grão ucra­niano é in­fe­rior a um por cento da pro­dução mun­dial de trigo e ou­tros ce­reais.

É ne­ces­sário o fim das san­ções

Os ce­reais da Rússia po­derão ser for­ne­cidos aos países que deles ne­ces­sitem desde que sejam le­van­tadas as san­ções di­rectas e in­di­rectas contra o país, ad­vertiu o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O di­plo­mata disse que as res­tri­ções a eli­minar e que di­fi­cultam as ex­por­ta­ções russas estão re­la­ci­o­nadas com os se­guros dos barcos e a im­pos­si­bi­li­dade de os na­vios trans­por­ta­dores de ce­reais en­trarem nos portos eu­ro­peus, além de ou­tros im­pe­di­mentos.

Acerca do im­pacto da si­tu­ação na Ucrânia na es­cassez de ali­mentos, Peskov disse que a in­ter­venção mi­litar russa não pro­vocou a crise ali­mentar in­ter­na­ci­onal.

A Rússia re­jeitou as ten­ta­tivas de res­pon­sa­bi­lizar o seu país pelos pro­blemas de es­cassez no mer­cado mun­dial de ali­mentos, de­fen­dendo que a si­tu­ação des­fa­vo­rável não foi criada no mo­mento em que lançou a «ope­ração mi­litar es­pe­cial. A Rússia re­corda que as di­fi­cul­dades co­me­çaram em Fe­ve­reiro de 2020, du­rante a pan­demia de COVID-19, que afectou for­te­mente as ca­deias de dis­tri­buição e a eco­nomia mun­dial.

Os pro­blemas no sector agra­varam-se quando tanto os Es­tados Unidos da Amé­rica como a União Eu­ro­peia im­ple­men­taram uma po­lí­tica de san­ções contra a Rússia, país que detém 25 por cento do mer­cado mun­dial de fer­ti­li­zantes e, jun­ta­mente com a Bi­e­lor­rússia, 45 por cento do vo­lume de fer­ti­li­zantes po­tás­sicos. A Rússia res­pon­sa­bi­liza aqueles que im­pu­seram as san­ções, isto é, os EUA e a UE, pelas ac­tuais di­fi­cul­dades sen­tidas no sector ali­mentar.

Ma­no­bras no Bál­tico

A frota russa do Bál­tico anun­ciou o início, no dia 9, de ma­no­bras mi­li­tares nessa zona e na re­gião de Ka­li­nin­grado com a par­ti­ci­pação de 60 na­vios de guerra.

Nos exer­cí­cios, in­cluídos no pro­grama de treino das tropas em 2022, in­tervêm também mais de 40 aviões e he­li­cóp­teros, assim como duas mil uni­dades de ar­ma­mento e equi­pa­mento bé­lico.

De acordo com a ar­mada russa, para in­te­grar as ma­no­bras até ao pró­ximo dia 19, parte dos grupos de na­vios dei­xaram as suas bases mi­li­tares e des­lo­caram-se para zonas de­ter­mi­nadas do Bál­tico.

Os exer­cí­cios coin­cidem com os Bal­tops 2022 que re­a­lizam as forças na­vais dos mem­bros da NATO, de 5 a 16 de Junho, nas zonas centro e sul do mar Bál­tico.

As ma­no­bras do bloco mi­litar es­tendem-se a po­lí­gonos cos­teiros da Ale­manha, Suécia, Po­lónia e países bál­ticos, com a par­ti­ci­pação de 44 na­vios e cerca de 100 aviões, de 14 países in­te­grantes e par­ceiros da ali­ança atlân­tica.



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