Subida das taxas de juro penaliza o povo e o País

«O PCP re­a­firma que o que a ac­tual si­tu­ação re­clama é uma in­ter­venção do Es­tado na po­lí­tica de preços e na oferta dos bens e ser­viços es­sen­ciais, bem como o au­mento geral dos sa­lá­rios, das pen­sões e re­formas e a aposta na pro­dução na­ci­onal».

Con­firma-se a ne­ces­si­dade de Por­tugal re­cu­perar a sua so­be­rania mo­ne­tária

O par­tido re­agiu desta forma à de­cisão do Banco Cen­tral Eu­ropeu (BCE) «de subir no­va­mente a sua taxa de juro de re­fe­rência em 75 pontos, no se­gui­mento da su­bida de 50 pontos re­a­li­zada re­cen­te­mente em Julho».

O en­ca­re­ci­mento das «con­di­ções em que os bancos se fi­nan­ciam junto do BCE» e a con­se­quente su­bida na Eu­ribor que pro­voca, «é pro­fun­da­mente le­siva dos in­te­resses na­ci­o­nais e das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês», co­meça por ex­plicar o PCP, que de­talha que, a «ne­ces­si­dade con­trolar a in­flação na zona Euro» in­vo­cada pelo BCE, «vai ter um for­tís­simo im­pacto ne­ga­tivo: nas con­di­ções de fi­nan­ci­a­mento de países pe­ri­fé­ricos da zona Euro e al­ta­mente en­di­vi­dados como é o caso de Por­tugal; no fi­nan­ci­a­mento das ac­ti­vi­dades eco­nó­micas, de­sig­na­da­mente das MPME, e na si­tu­ação de mi­lhões de pes­soas que, de­sig­na­da­mente em Por­tugal, têm a mai­oria dos seus cré­ditos à ha­bi­tação in­de­xados à Eu­ribor (se­gundo o BdP, já em Julho deste ano, no se­gui­mento da an­te­rior de­cisão do BCE, re­gistou-se a maior su­bida mensal da taxa de juro média destes em­prés­timos desde 2003)».

Na nota di­vul­gada pelo seu ga­bi­nete de im­prensa no dia 8, o Par­tido con­si­dera que «os im­pactos da in­flação, que os pro­pa­gan­distas do Euro anun­ci­avam não mais voltar com a moeda única – longe de ser pas­sa­geira e in­dis­so­ciável das san­ções e da guerra, assim como dos apro­vei­ta­mentos que delas se fazem, da es­pe­cu­lação e do au­mentos das mar­gens de lucro dos  grupos eco­nó­micos –, devem ser com­ba­tidos através de me­didas de va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios, das re­formas e das pen­sões, do con­trolo dos preços e in­ter­venção pú­blica nos mer­cados de bens e ser­viços es­sen­ciais».

Con­tudo, acres­centa-se, «as op­ções da UE e do BCE são as de con­ti­nuar a pri­vi­le­giar a acu­mu­lação de lu­cros, seja pelo au­mento da ex­plo­ração dos tra­ba­lha­dores, seja pela es­pe­cu­lação com os preços, seja ainda re­cor­rendo a uma me­dida de en­ca­re­ci­mento do custo de ca­pital como se tem vindo a ve­ri­ficar com a su­bida das taxas de juro por parte do BCE».

«Ao mesmo tempo, esta opção do BCE, re­pre­sen­tará um ainda maior de­se­qui­lí­brio entre as con­di­ções de fi­nan­ci­a­mento, pú­blico e pri­vado, entre os vá­rios es­tados-mem­bros, apro­fun­dando as as­si­me­trias e de­si­gual­dades no seio da UE, pre­ju­di­cando países como Por­tugal e be­ne­fi­ci­ando grandes po­tên­cias como a Ale­manha», in­siste o PCP, para quem «esta de­cisão do BCE, cons­truída para as­se­gurar os lu­cros ex­tra­or­di­ná­rios do grande ca­pital mesmo que à custa do de­fi­nha­mento eco­nó­mico (se não mesmo re­cessão) e em­po­bre­ci­mento da po­pu­lação, vem uma vez mais con­firmar a ne­ces­si­dade de Por­tugal re­cu­perar a sua so­be­rania mo­ne­tária para não estar de­pen­dente de de­ci­sões de ter­ceiros, que uma vez mais o pre­ju­dicam».



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