Ouvir ministro e trabalhadores sobre privatização da TAP

O PCP apre­sentou na As­sem­bleia da Re­pú­blica um re­que­ri­mento para ouvir o Mi­nistro das In­fra­es­tru­turas e da Ha­bi­tação e as or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas dos Tra­ba­lha­dores sobre a even­tual pri­va­ti­zação da TAP. A opor­tu­ni­dade da ini­ci­a­tiva é ates­tada pelo facto de se mul­ti­pli­carem «as no­tí­cias de que o Go­verno, de­pois de ca­pi­ta­lizar a em­presa, se pre­para para ace­lerar a pri­va­ti­zação da TAP», bem como pela «gra­vi­dade de tal ob­je­tivo».

O Par­tido con­si­dera que a tese an­tiga de que «a TAP só so­bre­vive se for pri­va­ti­zada» tem sido des­men­tida a cada pro­cesso de pri­va­ti­zação, e, pelo con­trário, su­blinha que a re­a­li­dade con­firma que a com­pa­nhia aérea «só so­bre­vive en­quanto em­presa na­ci­onal e só será na­ci­onal en­quanto em­presa pú­blica».

«Re­cor­demos o de­sas­troso pro­cesso de cri­ação em Por­tugal de uma em­presa pri­vada de avi­ação – a Por­tu­gália – que a TAP acabou por com­prar, por or­dens do poder po­lí­tico, para poupar o seu dono (o grupo BES). Re­cor­demos a pri­va­ti­zação da TAP à Swis­sair, que não se con­cre­tizou por, en­tre­tanto, a Swis­sair ter fa­lido, mas custou à TAP cen­tenas de mi­lhões de euros. Re­cor­demos as su­ces­sivas pri­va­ti­za­ções da SPDH e as su­ces­sivas re­na­ci­o­na­li­za­ções com a TAP a salvar por três vezes a em­presa da gestão pri­vada. Re­cor­demos a venda da TAP à en­tre­tanto fa­lida Avi­anca, abor­tada, a horas de ser con­cre­ti­zada, pela ab­so­luta falta de ga­ran­tias do com­prador. Re­cor­demos a venda da TAP a David Ne­elman, que a foi pi­lhando em be­ne­fício da sua Azul até ter fu­gido da com­pa­nhia quando foi ne­ces­sário fazer algo mais do que sacar van­ta­gens», lembra-se no texto apre­sen­tado pelos co­mu­nistas por­tu­gueses, que in­sistem que «su­ces­sivas pri­va­ti­za­ções e ten­ta­tivas de pri­va­ti­zação já cus­taram cen­tenas de mi­lhões de euros à TAP e ao Es­tado por­tu­guês e são as grandes res­pon­sá­veis por a TAP não afirmar um ca­minho co­e­rente ao ser­viço dos in­te­resses na­ci­o­nais».

No re­que­ri­mento, o PCP lembra ainda que «quando a maior crise de sempre se abateu sobre o sector da avi­ação, a TAP es­tava pri­va­ti­zada e os seus novos donos de ime­diato se re­cu­saram a ca­pi­ta­lizá-la, exi­gindo ao Es­tado que este o fi­zesse sem a sua par­ti­ci­pação». Além do mais, «a União Eu­ro­peia pros­segue, in­ces­san­te­mente, o ob­je­tivo de des­truir todas as com­pa­nhias aé­reas de ban­deira com ex­ceção das dos países «des­ti­nados» a co­mandar a Eu­ropa, des­truindo assim ins­tru­mentos de so­be­rania que podem di­fi­cultar o pro­jeto do grande ca­pital de uma UE fe­de­ra­li­zada, com os go­vernos na­ci­o­nais re­du­zidos a sacos de pan­cada do cres­cente des­con­ten­ta­mento po­pular», con­cluiu-se.



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