Propostas do PCP respondem aos problemas da juventude

Tra­balho, igual­dade, am­bi­ente, Es­cola Pú­blica e cul­tura foram os temas que reu­niram em Lisboa, no dia 2, de­zenas de jo­vens para uma sessão de de­bate, pro­mo­vida pela JCP e que contou com a pre­sença de Je­ró­nimo de Sousa.

Na cons­trução da luta, o papel do jovem co­mu­nista tem im­por­tância re­do­brada

Oito in­ter­ven­ções, re­a­li­zadas ao longo da sessão, deram conta da dura re­a­li­dade com que os jo­vens por­tu­gueses se de­param no seu dia-a-dia. No mundo do tra­balho, dos mais ele­men­tares aos mais ele­vados ní­veis de en­sino, no acesso à cri­ação e fruição da cul­tura, na prá­tica des­por­tiva, na igual­dade ou até em ma­té­rias am­bi­en­tais, os jo­vens não têm a vida fa­ci­li­tada e tal ficou claro ao longo da manhã do pas­sado do­mingo.

Se na Es­cola Pú­blica é a grave in­su­fi­ci­ência de pro­fes­sores, o nú­mero ele­vado de alunos por turma, a falta de fun­ci­o­ná­rios e psi­có­logos e falta de con­di­ções ma­te­riais dos edi­fí­cios es­co­lares que afligem os mais jo­vens, no En­sino Su­pe­rior são os ele­vados custos de frequência que im­pedem mi­lhares de a ele ace­derem. Pro­pinas, taxas, emo­lu­mentos e a falta de res­posta na área de alo­ja­mento pú­blico, que obriga mi­lhares a pro­cu­rarem ha­bi­tação num mer­cado imo­bi­liário al­ta­mente es­pe­cu­la­tivo, apenas para men­ci­onar al­guns dos pro­blemas le­van­tados pelos jo­vens co­mu­nistas.

Já no En­sino Pro­fis­si­onal, é a so­bre­carga ho­rária, o re­gime in­justo e pu­ni­tivo de faltas e os sub­sí­dios in­su­fi­ci­entes que con­ti­nuam a per­turbar as vidas desses jo­vens. Pre­ca­ri­e­dade, des­re­gu­lação de ho­rá­rios e a es­tag­nação dos sa­lá­rios que não acom­pa­nham a su­bida ge­ne­ra­li­zada dos preços dos bens e ser­viços es­sen­ciais an­gus­tiam de forma par­ti­cular os jo­vens tra­ba­lha­dores.

 

Alo­ja­mento pú­blico ne­ces­sário

«De uma or­ga­ni­zação li­gada à vida, à re­a­li­dade, aos pro­blemas, aos so­nhos e as­pi­ra­ções da ju­ven­tude como é a JCP, não se es­pe­rava outra coisa senão este re­trato fiel de uma si­tu­ação a exigir não apenas atenção e pre­o­cu­pação, mas me­didas con­cretas para a sua su­pe­ração», co­meçou por afirmar Je­ró­nimo de Sousa, que falou aos pre­sentes logo após as in­ter­ven­ções re­a­li­zadas pelos jo­vens.

Abor­dando todas as áreas e res­pec­tivas pro­ble­má­ticas men­ci­o­nadas pelos jo­vens mi­li­tantes, o Se­cre­tário-geral do Par­tido sa­li­entou com es­pe­cial atenção a questão da oferta pú­blica no que toca à ha­bi­tação: «Sa­bemos que, quando há cerca de 120 mil es­tu­dantes des­lo­cados, há apenas 15 mil cama pú­blicas de oferta», men­ci­onou. Para o di­ri­gente co­mu­nista, tal si­tu­ação é da res­pon­sa­bi­li­dade da opção de PS, PSD e CDS, de «deixar ao mer­cado a res­posta a uma ne­ces­si­dade bá­sica» e de não terem re­a­li­zado os in­ves­ti­mentos na cons­trução dos alo­ja­mentos em falta que «tantas vezes, ao lado dos es­tu­dantes», o PCP exigiu.

Mais uma vez, o Par­tido, ga­rantiu Je­ró­nimo de Sousa, irá propor a cri­ação de uma Co­missão de Acom­pa­nha­mento da con­cre­ti­zação do Plano Na­ci­onal de Alo­ja­mento Es­tu­dantil, que in­clua Uni­ver­si­dades, Ins­ti­tutos Po­li­téc­nicos e re­pre­sen­tantes dos es­tu­dantes, e o re­forço do Com­ple­mento de Alo­ja­mento para todos os es­tu­dantes.

 

Outro ca­minho

«Não acei­tamos as des­culpas do cos­tume», afirmou o Se­cre­tário-geral. Pan­demia, guerra e san­ções, crise do ca­pi­ta­lismo e in­ter­venção da troika, «tudo serve para aplicar as ve­lhas re­ceitas, para nos pe­direm que acei­temos as me­didas para acen­tuar a ex­plo­ração, para de­gradar os ser­viços pú­blicos, li­mitar as li­ber­dades de­mo­crá­ticas e con­cen­trar ainda mais a ri­queza na mãos de uns poucos», alertou.

No en­tanto, para o PCP o ca­minho é outro: o au­mento geral dos sa­lá­rios e do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal; o in­ves­ti­mento na Es­cola Pú­blica, na con­tra­tação de mais pro­fis­si­o­nais e na sua va­lo­ri­zação, no re­forço da Acção So­cial Es­colar em todos os graus de En­sino; o re­forços dos cui­dados de saúde, re­for­çando o SNS; de­fender a cul­tura e ga­ran­tindo-lhe um por cento do Or­ça­mento do Es­tado; ga­rantir a igual­dade e com­bater todas as dis­cri­mi­na­ções.

 



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