Mais de 50 mil menores palestinianos foram presos desde 1967 por Israel

As forças israelitas prenderam mais de 50 mil crianças e adolescentes desde 1967, como parte de uma estratégia que procura «semear terror e medo», denunciou a Comissão de Assuntos de Presos e ex-Presos.

A comissão condenou as contínuas violações e os crimes cometidos pelas tropas de Israel contra os menores palestinianos. Essa política faz parte de uma estratégia mais ampla para atacar o futuro palestiniano, acentuou. «Israel converteu os nossos jovens num objectivo permanente das suas acções destrutivas», lê-se num comunicado, divulgado em Ramala, no domingo, 20.

Destaca a comissão que desde princípios deste ano foram detidos cerca de 770 jovens palestinianos, dos quais 160 estão ainda atrás das grades em diversas penitenciárias israelitas.

Revela que as formas de prisão de menores não diferem das executadas em relação a adultos. Depois de presos, os jovens são submetidos a duras condições nos centros de detenção, que carecem de mínimas condições humanas, e são submetidos a diversas formas de tortura.

Questiona a imparcialidade dos tribunais israelitas, assinalando que não têm em conta as circunstâncias de tortura e intimidação em que os jovens fazem confissões ou assinam declarações que lhes são atribuídas.

«As violações que as tropas de Telavive praticam sistematicamente não só deixam marca nos nossos jovens mas também os privam dos seus direitos básicos», denunciara já anteriormente o ministro palestiniano do Desenvolvimento Social, Ahmed Majdalani. «Eles sofrem a violência, a brutalidade e os crimes que diariamente e de maneira organizada as forças de segurança executam», afirmara o dirigente numa nota por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, celebrado todos os anos a 5 de Abril.

 

Brutalidade israelita
sobre crianças e jovens

Um relatório recente da Associação de Presos Palestinianos alerta para o facto de muitos jovens serem capturados de noite em suas casas, agredidos diante dos familiares, algemados, mantidos sem comer e beber durante longas horas e submetidos a interrogatórios sem a presença dos pais. Desde 2015 até agora, informa a associação referida, a polícia e o exército de Israel prenderam mais de nove mil crianças e adolescentes palestinianos.

Por sua parte, a organização Salvem as Crianças denunciou a existência de violência física e verbal, ameaças e isolamento dentro das prisões.

Segundo o Gabinete Central de Estatísticas palestiniano, os menores de 18 anos nos territórios ocupados, incluindo Jerusalém Oriental, somam 2,35 milhões, cerca de 43,9 por cento da população total.

 

ONU condena
violência de colonos

O enviado especial das Nações Unidas para o processo de paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, condenou as mais recentes agressões de colonos israelitas contra a população palestiniana na cidade de Hebrón, na Cisjordânia ocupada.

«Condeno os violentos ataques dos extremistas israelitas contra residentes palestinianos na cidade antiga de Hebrón», escreveu numa rede social o alto funcionário da ONU. «Tais actos podem agravar um contexto já tenso», advertiu.

Referindo-se às autoridades de Telavive, Wennesland destacou que «todos têm a responsabilidade de actuar contra os extremismos e de pronunciar-se contra todos os actos de violência e incitação».

Um grupo de colonos judeus fortemente armados e apoiados por militares atacou no dia 19 duas mesquitas durante uma manifestação no bairro árabe de Bab al-Zawiya.

Os extremistas sionistas lançaram pedras e garrafas vazias contra habitações e agrediram fisicamente os moradores palestinianos, causando ferimentos em várias pessoas.




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