«Os Verdes» exigem condições para os profissionais de saúde

«O SNS está cada vez mais a ser em­pur­rado para o abismo e, a cada dia que passa, tem mais di­fi­cul­dades em cum­prir com a sua missão de pres­tação de um ser­viço de qua­li­dade à ge­ne­ra­li­dade da po­pu­lação», alerta o PEV.

En­cer­ra­mento de ser­viços às po­pu­la­ções

Esta é uma das con­clu­sões saídas do Con­selho Na­ci­onal do Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes», órgão má­ximo do Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» (PEV), que es­teve reu­nido no sá­bado, em Lisboa.

Os di­ri­gentes eco­lo­gistas cri­ti­caram as «so­lu­ções» apon­tadas pelo Go­verno para su­perar a falta de meios hu­manos no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde (SNS), que «passam sempre pelo en­cer­ra­mento de ser­viços às po­pu­la­ções», como se ve­ri­ficou com as ur­gên­cias pe­diá­tricas, «em vez da im­ple­men­tação de me­didas para atrair estes pro­fis­si­o­nais para o SNS».

Entre ou­tras me­didas, de­fen­deram o au­mento da grelha sa­la­rial dos mé­dicos e en­fer­meiros, como forma de «reter» estes pro­fis­si­o­nais no SNS; que sejam con­tra­tados mais pro­fis­si­o­nais, no­me­a­da­mente en­fer­meiros e ad­mi­nis­tra­tivos, ali­vi­ando ta­refas que ac­tu­al­mente re­caem in­de­vi­da­mente sobre os mé­dicos; cri­adas con­di­ções dignas de tra­balho que mo­tivem estes pro­fis­si­o­nais.

Seixal
A Co­missão de Utentes da Saúde do Con­celho do Seixal lançou, re­cen­te­mente, um abaixo-as­si­nado in­ti­tu­lado «Pelo Di­reito à Saúde: que­remos mé­dicos e en­fer­meiros de fa­mília!», onde se exige a cons­trução do Hos­pital do Seixal, «há muito pro­me­tido e anun­ciado», e a con­tra­tação de re­cursos hu­manos e téc­nicos su­fi­ci­entes, que «tornem o SNS mais atrac­tivo para os pro­fis­si­o­nais, ac­tuais e fu­turos».

No do­cu­mento in­forma-se no que con­celho do Seixal existem 172 239 utentes ins­critos nos cen­tros de saúde, sendo que, destes, 36 239 não têm mé­dico e en­fer­meiro de fa­mília (um em cada cinco utentes), «si­tu­ação agra­vada nos úl­timos anos pela au­sência de con­tra­tação de pro­fis­si­o­nais em nú­mero su­fi­ci­ente».

«Mesmo os utentes com equipa de fa­mília aguardam meses por uma con­sulta», cri­ticam os utentes, su­bli­nhando que «a li­mi­tação do acesso a cui­dados de saúde no con­celho do Seixal não se res­tringe so­mente à au­sência de equipa de fa­mília», sendo «trans­versal a vá­rias áreas de cui­dados e de es­pe­ci­a­li­dades clí­nicas», como Psi­co­logia, Nu­trição, Es­to­ma­to­logia, Te­rapia da Fala, entre ou­tras.

Outro dos pro­blemas prende-se com o facto de o Hos­pital Garcia de Orta estar «so­bre­lo­tado, com ele­vados, pe­ri­gosos e de­su­manos tempos de es­pera nas ur­gên­cias, nas con­sultas ex­ternas e na re­a­li­zação de exames com­ple­men­tares de di­ag­nós­tico».

Alhos Ve­dros
No dia 3 de Março, duas cen­tenas de pes­soas par­ti­ci­param numa con­cen­tração junto da Uni­dades de Cui­dados de Saúde Per­so­na­li­zados de Alhos Ve­dros, pro­mo­vida pela Co­missão de Utentes «Pelo Di­reito à Saúde». Numa moção apro­vada por una­ni­mi­dade re­fere-se que, ac­tu­al­mente, na­quela fre­guesia do con­celho da Moita, «estão sem mé­dico de fa­mília cerca de 6600 utentes», dos cerca de 11600 ins­critos. Re­clama-se, por isso, o ade­quado re­forço de meios hu­manos.

Se­túbal
Hoje, às 19h30, o Salão Nobre dos Paços do Con­celho de Se­túbal re­cebe o Fórum In­ter­mu­ni­cipal de Saúde, pro­mo­vido pelas câ­maras mu­ni­ci­pais de Se­túbal, Pal­mela e Se­simbra, com di­versas en­ti­dades lo­cais e re­gi­o­nais. Esta ini­ci­a­tiva foi anun­ciada de­pois da Di­recção Exe­cu­tiva do SNS ter anun­ciado que o Hos­pital de São Ber­nardo passa a en­cerrar quin­ze­nal­mente a ur­gência de pe­di­a­tria, entre as 21h00 de sexta-feira e as 9h00 de se­gunda-feira, adi­an­tando que os ho­rá­rios deste plano vi­goram de 1 de Abril a 30 de Junho.

 



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