Pelas respostas necessárias!
As dificuldades em ter acesso a uma habitação digna e de qualidade, as dificuldades, quando se tem casa para morar, em pagar a renda ou a prestação ao banco, as complexidades da gestão do orçamento familiar com os aumentos sucessivos e significativos dos alimentos e outros bens essenciais, como a energia, são o pão nosso de cada dia de muitos trabalhadores e das suas famílias. Assim como as escolhas que tantas vezes têm de ser feitas entre suportar, por exemplo, o aumento brutal da prestação ao banco e a aquisição de bens e serviços essenciais.
No entanto, e apesar da dureza desta constatação, as respostas não aparecem. Aliás, muitas vezes aquilo que dizem ser as respostas, são o motivo para adensar ainda mais estes problemas.
O governo português e as instituições da UE assobiam para o lado perante esta realidade.
O Conselho Europeu dos passados dias 29 e 30 de Junho, à imagem dos anteriores, apesar da propaganda e das muitas questões discutidas e propostas avançadas, mais uma vez se furtou a esta discussão.
Aliás, muito daquilo que resultou das discussões do Conselho Europeu, ao invés de os resolver, agrava os problemas existentes. A insistência na política de confrontação e de guerra, nas sanções, a aprovação das recomendações específicas por país que visam limitar, ainda mais, o necessário investimento público em Portugal, são claro exemplo disso.
Já antes, a 15 de Junho, o BCE aumentou, pela oitava vez consecutiva, as taxas de juro de referência. Estes aumentos têm um impacto brutal na vida das famílias que contraíram créditos à habitação com taxa de juro variável. E como se não bastasse a já dramática situação, Christine Lagarde já avisou que não vai ficar por aqui, que mais aumentos se seguirão até que sejam atingidos os seus objectivos.
É com estas dificuldades, que os trabalhadores e o povo sentem todos os dias na pele, que os deputados do PCP no Parlamento Europeu são confrontados durante as jornadas de trabalho que estão a desenvolver pelo País. Umas jornadas que têm como objectivo conhecer a realidade de forma mais aprofundada, para melhor poder intervir.
A falta das respostas que são possíveis, necessárias e urgentes determina o sentir de muitos dos trabalhadores e das populações com quem têm contactado.
São estes elementos que levam depois para a sua intervenção no Parlamento Europeu, para exigir o necessário e urgente aumento de salários, o controlo dos preços de bens e serviços essenciais, o combate à especulação e aos aproveitamentos, o investimento nos serviços públicos, como a saúde, a dinamização da produção nacional, a tributação dos lucros dos grandes grupos económicos. «Contigo todos os dias – a Tua Voz no Parlamento Europeu!», mais do que um mero slogan, é um compromisso de intervenção e de luta que levamos à prática.