Médicos respondem com greve
O «rascunho de proposta» que o Ministério da Saúde apresentou no último dia do protocolo negocial «apenas valoriza dignamente o trabalho de alguns médicos». Para a Federação Nacional dos Médicos, não podem ficar excluídos os médicos internos, os médicos das UCSP, boa parte dos médicos hospitalares e os médicos de Saúde Pública.
O Conselho Nacional da FNAM decidiu, no dia 1, «manter a greve de 5 e 6 de Julho e não excluir uma greve na primeira semana de Agosto».
Nas vésperas da greve, a FNAM deu conta das matérias que o Ministério «terá de rever», consideradas «questões fundamentais» para que os médicos «possam exercer, com salários dignos, horários justos e condições de trabalho capazes de garantir um SNS à altura das necessidades de toda a população».
Ontem de manhã, durante uma concentração junto ao Hospital de São João, no Porto, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, disse aos jornalistas que a greve começou com uma adesão elevada nos centros de saúde, nos hospitais, nas cirurgias e nas consultas externas, cumprindo os serviços mínimos.
Houve ainda concentrações de médicos nos Hospitais da Universidade de Coimbra e no Hospital de Santa Maria. Aqui, a reafirmar a solidariedade do PCP na luta pela defesa do SNS e pela valorização dos seus profissionais, esteve Bernardino Soares, do Comité Central do Partido. Numa breve saudação, criticou o facto de o Governo querer impor um novo agravamento da carga de trabalho dos médicos, a pretexto da valorização salarial.