Determinação, força e confiança no Dia Nacional de Luta de 28 de Junho

Sob o lema «Aumentar salários. Garantir direitos. Contra o aumento do custo de vida – Pelo direito à saúde e à habitação», a CGTP-IN levou a cabo, a 28 de Junho, um Dia Nacional de Luta.

A 16 de Setembro há manifestação em defesa do SNS

Em Lisboa, Isabel Camarinha, Secretária-geral da Intersindical, no final de uma manifestação que arrancou do Cais do Sodré e terminou na Assembleia da República, anunciou a realização no dia 16 de Setembro de uma acção em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS). «É urgente encontrar respostas aos nossos problemas e pôr termo à degradação das condições de trabalho e de vida», salientou.

«Pelo aumento dos salários e pensões. Contra o aumento do custo de vida e ao ataque aos direitos», lia-se na faixa que abria o desfile, seguida de outras reivindicações, erguidas por milhares de trabalhadores de vários sectores, do público e do privado.

Os trabalhadores do Auchan, por exemplo, exigiram a «valorização das carreiras profissionais e o «fim dos horários desregulados». «Kaizen é pressão, não é solução», denunciou, por seu lado, quem cria a riqueza do Pingo Doce, referindo-se à implementação de uma nova metodologia de organização no sector. Presentes estiveram igualmente os enfermeiros, em greve naquele dia e na sexta-feira, 30, por melhores condições de trabalho.

Aos trabalhadores juntou-se a Comissão de Utentes da Castanheira do Ribatejo, a Associação dos Bolseiros de Investigação Científica e a Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos – MURPI.

No final desta manifestação – assim como nas várias acções, greves, concentrações, plenários e desfiles que aconteceram um pouco por todo o País – foi aprovada por unanimidade uma resolução onde se defende, entre um vasto conjunto de propostas, o aumento geral e significativo dos salários para todos os trabalhadores em, pelo menos, 10 por cento, com um mínimo de 100 euros, a valorização das carreiras e profissões e o aumento do salário mínimo nacional para 850 euros.

 

Solidariedade

Paulo Raimundo, Secretário-geral do PCP, considerou esta uma «grande jornada de luta», com «reivindicações justíssimas», por «salários, direitos, contra a precariedade», mas também para defender o País. De seguida, criticou a «propaganda» governamental, que «não paga as rendas e prestações das casas», nem «põe comida na mesa».

Com ele estiveram Francisco Lopes, do Secretariado e da Comissão Política, Fernanda Mateus, João Frazão e Ricardo Costa, da Comissão Política.

 

Assumido a 28 de Junho compromisso de manter a luta

«Identificando a política que está na origem dos problemas e desequilíbrios que há muito afectam o desenvolvimento do País, os trabalhadores afirmaram uma vez mais que não há inevitabilidades e assumem o compromisso de continuar a luta em torno das suas reivindicações» – afirma-se na saudação divulgada pela CGTP-IN e dirigida a todos os trabalhadores que participaram, a 28 de Junho, no Dia Nacional de Luta.

No documento, com data de dia 30 e assinado pela Secretária-geral, Isabel Camarinha, a confederação dá conta da realização de «centenas de acções, iniciativas, plenários, concentrações e greves nos locais de trabalho do público e privado, com expressão em todos os sectores e em todo o País, que convergiram em acções descentralizadas, onde a voz dos trabalhadores se fez ouvir, com muita determinação e confiança».

A central reafirma que «só com a luta dos trabalhadores, com o reforço da dinâmica reivindicativa nos locais de trabalho e com unidade e coesão, se pode dar resposta aos problemas laborais e sociais e colocar o País no rumo do progresso e justiça social».

Das acções que tiveram lugar nessa quarta-feira, após o fecho da nossa edição, destacamos hoje as manifestações convergentes, com trabalhadores dos vários sectores e empresas, em Lisboa (reportagem nesta página) e no Porto (concentração na estação de Metro Carolina Michaëlis e desfile até à Rua da Cedofeita, onde interveio Tiago Oliveira, coordenador da União dos Sindicatos do Porto e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN).

Ao final da tarde de 28 de Junho, o STAL publicou uma saudação aos milhares de trabalhadores que participaram numa «grande jornada de luta» do pessoal da Administração Local e Regional, com «numerosos plenários, concentrações, desfiles, greves, manifestações, tribunas públicas, contactos e distribuição de propaganda».

As greves no sector da grande distribuição, nos enfermeiros, na indústria eléctrica do Sul e nas suas lojas de «outsourcing», na Altice e nos CTT, na indústria conserveira, na restauração, hotelaria e turismo tiveram também significativa expressão no Algarve, onde os trabalhadores «deram uma resposta à altura das suas exigências,» e com «dezenas de plenários e concentrações à porta dos locais de trabalho», como assinalou a estrutura distrital da CGTP-IN. A DORAL do PCP esteve representada numa concentração dos trabalhadores da grande distribuição, em Olhão, e emitiu uma nota de solidariedade no dia 28.

O Sintaf distribuiu documentos aos trabalhadores do BNP Paribas, no Porto e em Lisboa. Aqui, foi entregue aos Recursos Humanos um abaixo-assinado, com 1696 subscritores, a defender a necessidade de um acordo de empresa. No local esteve também Vasco Cardoso, da Comissão Política do Comité Central do PCP.

Pelo aumento geral dos salários, com efeitos a 1 de Janeiro deste ano, pela negociação de uma estrutura de carreiras e contra as alterações gravosos aos planos de saúde, a frente sindical (SINTTAV, SNTCT, STT, FE e SINQUADROS) reafirmou o compromisso de prosseguir a luta no Grupo Altice. Numa saudação aos trabalhadores pela participação no Dia Nacional de Luta, foi anunciado o recurso à conciliação, na DGERT (Ministério do Trabalho), e foi convocado um plenário de activistas para dia 27, quando terá lugar a primeira reunião.

Em plenários realizados no dia 28 de Junho, os trabalhadores da Rauschert (em Trajouce, São Domingos de Rana, Oeiras) e da Silicália (Pego, Abrantes) criticaram as actualizações salariais insuficientes, impostas pelas administrações, e exigiram o urgente agendamento de reuniões para discutir as reivindicações apresentadas, como informou nesse dia o Sindicato da Cerâmica, Cimentos e Similares, Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul e Regiões Autónomas.

 



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