Níger e Burquina Fasso abandonam «G5 Sahel»

O Níger e o Bur­quina Fasso anun­ci­aram, no dia 3, a sua re­ti­rada da co­or­de­nação mi­litar de­no­mi­nada «G5 Sahel», con­si­de­rando que a mesma serve os in­te­resses fran­ceses e afecta a so­be­rania dos países en­vol­vidos. O Mali tinha já saído em 2022.

Criado em 2014, após a agressão da NATO à Líbia, por Níger, Bur­quina Fasso, Chade, Mau­ri­tânia e Mali, em nome do com­bate a forças ter­ro­ristas que ope­ravam na re­gião do Sahel, o G5 agia desde 2020 sob um co­mando uni­fi­cado jun­ta­mente com mi­li­tares fran­ceses.

O pri­meiro a aban­donar esta co­or­de­nação mi­litar foi o Mali, no ano pas­sado, se­guido agora por Níger e Bur­quina Fasso, que numa de­cla­ração con­junta, as­su­mida no do­mingo, 3, anun­ci­aram a re­ti­rada de todas as ins­tân­cias do grupo. Uma de­cisão, ga­rantem, to­mada com «plena so­be­rania».

A per­ma­nência na­quela co­or­de­nação mi­litar, afir­maram, seria in­com­pa­tível com a sua «in­de­pen­dência e dig­ni­dade» en­quanto Es­tados. O «G5 Sahel», acres­centam estes dois países, não pode «servir in­te­resses es­tran­geiros em de­tri­mento dos nossos povos em nome de uma par­ceria que os trata como cri­anças, ne­gando a sua so­be­rania».

Re­corde-se que após os golpes mi­li­tares no Mali, Bur­quina Fasso e Níger as tropas fran­cesas es­ta­ci­o­nadas nestes países foram obri­gadas a re­tirar-se, sendo acom­pa­nhadas de mas­sivos pro­testos po­pu­lares contra a con­tínua do­mi­nação eco­nó­mica por parte da França, an­tiga po­tência co­lo­ni­za­dora. Du­rante dé­cadas grupos eco­nó­micos fran­ceses con­tro­laram a in­dús­tria de mi­ne­ração, no­me­a­da­mente de urânio, e foi im­posto àqueles países o «franco da África Ori­ental», que exige dos países uti­li­za­dores o de­pó­sito de pelo menos me­tade dos seus ac­tivos ex­ternos sob a tu­tela do Te­souro francês.




Mais artigos de: Internacional

Capitalismo não rima com defesa do ambiente

De­corre no Dubai, até ao pró­ximo dia 12, a 28.ª Con­fe­rência das Partes no âm­bito das Con­ven­ções Quadro sobre Al­te­ra­ções Cli­má­ticas das Na­ções Unidas (COP28). O de­pu­tado do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu, João Pi­menta Lopes, está pre­sente.

Venezuela reafirma direito histórico sobre a região de Esequibo

«O único vencedor do referendo é o povo da Venezuela e a soberania da Venezuela e os perdedores são o governo da Guiana, a ExxonMobil e o imperialismo norte-americano», afirmou o presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, comentando os resultados do referendo realizado no domingo sobre a disputa...

Mais mísseis norte-americanos a caminho da Ásia

Os EUA estão a planear instalar, já em 2024, mísseis de médio alcance em bases da região Ásia-Pacífico. A notícia é do portal Defense One, próximo do Pentágono e especializado em assuntos militares, e cita declarações do general norte-americano Charles Flynn no Fórum Internacional de Segurança...

Kissinger, cem anos sem perdão

A morte é a verdadeira maioria silenciosa – e é absolutíssima: para cada coração que ainda bate, 15 houve que não voltarão a bater. Aos cem anos, o coração frio de Henry Kissinger inscreveu finalmente o dono na maioria dos calados. Mentiu, em 69, quando disse aos jornalistas que dentro do envelope levava a Playboy. Na...