Continuar a luta. Com a mesma coragem de sempre!

Armindo Miranda (Membro da Comissão Política)

A ligação à vida não deve ser uma tarefa conjuntural, mas permanente, de todas as organizações do Partido

No dia 6 de Março, assinalámos os 103 anos do Partido. Um Partido jovem com muitos anos de vida. Sempre com grande coragem e determinação na luta pela liberdade e por melhores condições de vida para os trabalhadores e o povo em geral. Isso mesmo foi dito aos trabalhadores de 103 empresas em todo o País, através de um documento, no dia do aniversário. Sem nunca perder de vista que a solução definitiva para os seus problemas e aspirações só será possível com a transformação revolucionária da sociedade capitalista, exploradora e profundamente desumana em que vivemos.

No dia 10 de Março realizaram-se eleições para a Assembleia da República. Foi o culminar de uma grande campanha eleitoral de massas, com muitos milhares de acções em todo o País, com o envolvimento e participação combativo e confiante de milhares de activistas da CDU. Tendo como base a identificação dos responsáveis pela situação a que o País chegou, nomeadamente nos últimos dois anos do Governo PS, mas sobretudo para dar a conhecer as nossas propostas, para fazer a vida andar para a frente: uma política alternativa, patriótica e de esquerda, com «soluções para um Portugal com futuro».

Informar, esclarecer, ouvir e convencer sobre a importância do voto na CDU para os trabalhadores, o povo e o País foi o objectivo deste grandioso trabalho realizado – ao qual é necessário dar grande valor, mesmo não se tendo traduzido em votos na CDU. Hoje conhecemos melhor a força dos elementos que condicionam a liberdade de cada homem e mulher de votarem em consciência e de acordo com os seus interesses e aspirações, de onde se destaca o preconceito anticomunista, diariamente construído, nomeadamente pelos órgãos de comunicação social.

Mas este contacto mais alargado e concentrado forneceu a cada um – e ao Partido no seu conjunto – um melhor conhecimento dos problemas e aspirações sentidos pelos trabalhadores e as populações. E deu a cada militante comunista, e a outros activistas da CDU, mais saber, melhor conhecimento e confiança para continuar a realizar este trabalho e uma maior consciência das grandes potencialidades existentes para alargar o prestígio e o reforço do Partido.


Uma tarefa permanente

É por isso necessário que, com a grande coragem de sempre, voltemos às conclusões da Conferência Nacional e ao contacto com os trabalhadores e o povo – dar forma reivindicativa aos seus problemas e aspirações e, de acordo com cada situação concreta, animar a luta pela sua concretização.

É junto das massas e das suas lutas que encontramos melhores condições para alargar o recrutamento, tão necessário para reforçar a organização do Partido, a formação de futuros quadros e assegurar os meios necessários para o crescimento e o futuro do Partido. As tarefas e exigências que a situação política decorrente das eleições nos vai colocar vão ser muitas e diversificadas, para além de outras, já no imediato: as eleições para o Parlamento Europeu, dia 9 de Junho; as comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril; a luta de massas, nomeadamente o 1.º de Maio; e a luta pela Paz.

Mas a ligação do Partido à vida, à realidade que está em alteração permanente, às massas, não é, nunca foi e não deve ser, uma tarefa conjuntural a propósito de uma campanha eleitoral. Tem de ser, isso sim, uma tarefa permanente de todas as organizações do Partido.

Com a grande coragem de sempre e a confiança inabalável na luta por um futuro melhor para o povo português, avancemos então no reforço da ligação do Partido às massas.

 



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