PCP desmascara discurso mentiroso do Chega

O PCP acusou o Chega de ter «um dis­curso que se nega a si pró­prio, porque é um dis­curso men­ti­roso», e de querer «um País de portas fe­chadas para a imi­gração legal mesmo sa­bendo que isso es­can­cara as portas à imi­gração ilegal».

Esta po­sição foi vei­cu­lada no dia 19 pelo de­pu­tado An­tónio Fi­lipe em de­bate sus­ci­tado por aquele par­tido cen­trado no tema imi­gração.

O pró­prio agen­da­mento já de si foi «um hino à hi­po­crisia», se­gundo o par­la­mentar co­mu­nista, que fun­da­mentou a as­serção fri­sando que o «Chega re­co­nhece que os imi­grantes são muito ne­ces­sá­rios, que há tra­balho para os imi­grantes, que os imi­grantes são im­por­tantes para o equi­lí­brio de­mo­grá­fico e para a sus­ten­ta­bi­li­dade da Se­gu­rança So­cial de­vido aos des­contos que fazem, mas, de­pois, ataca os imi­grantes como se fossem uma praga do Egipto».

Pior, do ponto de vista de An­tónio Fi­lipe, o Chega «quer virar as pes­soas contra os imi­grantes com base no medo, no pre­con­ceito e na xe­no­fobia».

E su­bindo o tom da crí­tica, afirmou que o Chega «quer é que os imi­grantes que não são ricos e que vêm para cá para tra­ba­lhar para ga­nhar a vida, tra­ba­lhem com baixos sa­lá­rios, sem ho­rá­rios, sem di­reitos, sem ha­bi­tação con­digna porque não a podem pagar, sejam in­vi­sí­veis e que per­ma­neçam ile­gais e su­jeitos a todo o tipo de dis­cri­mi­na­ções». E sem meias pa­la­vras, pros­se­guiu di­zendo que é contra esses que o Chega aponta o seu dis­curso, acu­sando-os de serem os cau­sa­dores de todos os males que afectam os por­tu­gueses que, tal como eles, sentem na pele o peso da ex­plo­ração, dos baixos sa­lá­rios, da falta de ha­bi­tação, da in­jus­tiça so­cial».

Mas An­tónio Fi­lipe não se ficou por aqui no re­trato à es­sência e na­tu­reza do Chega e na des­mon­tagem aos seus reais ob­jec­tivos. «O Chega não é contra os es­tran­geiros se forem ricos. É contra os es­tran­geiros que sejam po­bres e tra­ba­lha­dores, para ali­mentar o seu dis­curso de virar tra­ba­lha­dores contra tra­ba­lha­dores e de pôr po­bres a in­vejar ou­tros po­bres», su­bli­nhou, antes de pôr a nu as ra­zões que levam aquele par­tido a agir assim: é que «no dia em que tra­ba­lha­dores por­tu­gueses e es­tran­geiro ti­verem di­reitos iguais, sa­lá­rios de­centes e ha­bi­ta­ções con­dignas, cai por terra a de­ma­gogia do Chega».

 



Mais artigos de: Assembleia da República

Agenda Anticorrupção muito aquém do exigível

«Um grande envelope para muito pouco conteúdo, porque de facto há muita forma, mas o conteúdo é muito exíguo». Nestes termos resumiu o deputado António Filipe, em declarações aos jornalistas no Parlamento, o documento sobre a chamada Agenda Anticorrupção divulgado pelo Governo na semana transacta. O parlamentar destacou...