Exploração a crescer no sector dos Seguros

O Sector dos Se­guros da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa do PCP de­nuncia o «me­lhor pri­meiro se­mestre desde 2019 para as em­presas», que con­trasta com a di­mi­nuição dos sa­lá­rios reais dos tra­ba­lha­dores do sector.

LUSA

Num co­mu­ni­cado re­cente, o PCP su­blinha que «foram ven­didos mais mil mi­lhões de euros em se­guros no pri­meiro se­mestre deste ano re­la­ti­va­mente a igual pe­ríodo do ano pas­sado». No total, as se­gu­ra­doras ven­deram 6,852 mi­lhões de euros nesse pe­ríodo, mais 16 por cento face a 2023, o que per­mite es­timar que 2024 venha a ser, no sector, o me­lhor ano de pro­dução dos úl­timos seis.

Mas os sa­lá­rios não cres­ceram «nem perto disso», acusa o PCP: «se con­si­de­rarmos a in­flação, de 4,3% em 2023, e os custos com ha­bi­tação entre 2% e 10,6% em igual pe­ríodo», a mai­oria dos sa­lá­rios, em vez de crescer, di­mi­nuiu.

Na Fi­de­li­dade, os lu­cros ge­rados no país as­cen­deram a 83,6 mi­lhões de euros, dos quais 8,36 mi­lhões foram alo­cados à re­serva legal e o re­ma­nes­cente – 75,2 mi­lhões – foi co­lo­cado à dis­po­sição dos ac­ci­o­nistas. «En­quanto isso, os tra­ba­lha­dores da Fi­de­li­dade, em 2024, ti­veram au­mentos sa­la­riais na ordem de 4,5% sobre sa­lá­rios que, na grande mai­oria dos tra­ba­lha­dores, os­ci­lavam entre os 794,05 e 1246,15 euros.»

Na ita­liana Ge­ne­rali (que ob­teve um lucro de 1119 mi­lhões de euros só no pri­meiro tri­mestre do ano), os sa­lá­rios base do nível 10 e do pri­meiro grau do nível 9 per­ma­necem em Por­tugal abaixo dos 1000 euros. Muito abaixo desse pa­tamar estão também muitas das re­tri­bui­ções na Al­lianz (cujos lu­cros au­men­taram 21,8 por cento no pri­meiro tri­mestre de 2024, para 2475 mi­lhões), mas também no Grupo Egeas e Zu­rich.

Não pode ser!
«As em­presas não podem con­ti­nuar a dis­tri­buir di­vi­dendos aos ac­ci­o­nistas à custa dos sa­lá­rios dos seus tra­ba­lha­dores», de­fende o PCP, para quem «o cres­ci­mento do fosso entre o lucro das em­presas e os sa­lá­rios dos tra­ba­lha­dores só será in­ter­rom­pido quando estes se unirem e im­pu­serem a sua força».

Os co­mu­nistas do sector dos Se­guros afirmam que «não po­demos aceitar sa­lá­rios que já nem dão para pagar uma renda em Lisboa ou co­locar os fi­lhos na creche. Sa­lá­rios que nos obrigam a contar tos­tões e não nos deixam muitas vezes sair da casa dos pais. Estes lu­cros, esta dis­tri­buição de di­vi­dendos, estes in­ves­ti­mentos es­ta­pa­fúr­dios, este des­ba­ratar de re­cursos não podem con­ti­nuar a ser feitos às nossas custas».

 



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