Com efeitos no novo ano resistência e luta resultam

Casos ocorridos em Dezembro, num restaurante McDonald’s, na CUF, no refeitório da Nokia, na Associação Académica de Coimbra e no Metropolitano de Lisboa, mostraram a importância da unidade e da organização.

Unidade, organização e luta firme acabam por dar resultados positivos


«A união e a resistência dos trabalhadores, apoiados pelo sindicato, são ferramentas essenciais para garantir o respeito pelos direitos», concluiu o Sindicato da Hotelaria do Sul, no comunicado em que anunciou o recuo patronal, na intenção de abrir o McDonald’s de Belém (Lisboa), no dia de Natal.

A Globalrest tencionava abrir o restaurante a 25 de Dezembro, contrariando uma prática de muitos anos e com recurso a trabalhadores de outros estabelecimentos da marca, como o de Carnaxide. A empresa que explora os restaurantes em Belém, Carnaxide e no Centro Comercial Alegro tinha até comunicado o encerramento destes no dia 25, exigindo alteração de folgas, para que estas caíssem no dia de Natal.

O sindicato interveio, denunciando a «insensibilidade social» e também a violação do contrato colectivo de trabalho, sobre alterações de horário de trabalho.

Na luta pelo pagamento das diuturnidades aos trabalhadores da CUF, o CESP saudou «uma primeira vitória», conseguida em tribunal, relativa a apenas uma trabalhadora daquele grupo da área da saúde, mas que veio «confirmar o que sempre dissemos – temos direito ao pagamento de diuturnidades».

Num comunicado, o sindicato adiantou que estão a ser preparados mais processos judiciais e apelou à participação em plenários, dias 12, 13 e 16 de Dezembro, para discutir o caderno reivindicativo de 2025.

Desde 25 de Novembro, as trabalhadoras do refeitório das instalações da Nokia, em Carnaxide, estavam impedidas de aceder ao seu local de trabalho, devido a um «jogo do empurra» entre a multinacional de material eléctrico e electrónico, a Eurest (com quem foi rescindido o contrato de exploração do refeitório) e uma nova empresa concessionária.

A 11 de Dezembro, durante uma concentração de protesto e solidariedade, os responsáveis patronais convocaram o Sindicato da Hotelaria do Sul para uma reunião na hora. Explicaram que tencionam abrir o refeitório o mais rapidamente possível, com novo concessionário. A Nokia deverá intervir para que sejam pagos os salários em dívida. «Sob pena de voltarmos à luta», sindicato e trabalhadores ficaram a aguardar uma comunicação da Nokia, «em tempo útil razoável».

Na negociação do Acordo de Empresa, os trabalhadores da Associação Académica de Coimbra e o CESP conseguiram aumentos salariais de cem euros para todos. O sindicato salientou que o salário mais baixo, na AAC, passa a ser de 1010 euros.

Foram actualizados em 20 por cento os valores do abono para falhas e das diuturnidades.

Em plenários, a 9 de Dezembro, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa «aprovaram, como positivos, os resultados alcançados na negociação», revelou a FECTRANS, no dia seguinte. A administração, como informou a federação da CGTP-IN, «irá pagar a média dos abonos variáveis referentes a 2023 e 2024, incluindo todas as rubricas remuneratórias defendidas pelos sindicatos» e vai alterar o horário dos inspectores de via e oficiais de via, como era reivindicado.

Para Janeiro ficou marcado o arranque das negociações sobre o Regulamento de Carreira e sobre as variáveis remuneratórias anteriores a 2023.

A federação saudou «mais uma vitória da luta dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa», que tinha ficado bem patente nas greves parciais de 6 e 14 de Novembro e de 4 de Dezembro.

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Produção parou na Navigator

Por aumentos salariais justos em 2025, pelo fim das imposições da administração e pela reposição dos direitos retirados, os trabalhadores da Navigator Pulp e The Navigator Company, no complexo de Cacia (Aveiro), fizeram greve de 26 a 28 de Dezembro. A elevada adesão, desde o início, levou à paragem das duas unidades. O...

Greve na Higiene Urbana de Lisboa

«Por melhores condições de vida, mas também por um serviço público de qualidade», os trabalhadores da Higiene Urbana do Município de Lisboa fizeram greve, nos dias 26 e 27 de Dezembro. Num comunicado conjunto, o STML e o STAL consideraram «muito positiva» a adesão, que no global estimaram em cerca de 60 por cento,...

Plenário hoje na Silopor

A greve de 26 e 27 de Dezembro e a continuação da luta, para que a Silopor permaneça no sector empresarial do Estado e para que sejam garantidas a aplicação do Acordo de Empresa, sem discriminações, e a recuperação do tempo de serviço congelado, vão ser discutidas pelos trabalhadores, em...

Greve na distribuição

A greve dos trabalhadores das empresas da grande distribuição comercial, no dia 24 de Dezembro, foi «sentida por todo o País, com lojas encerradas, com secções a funcionar a meio gás, outras fechadas», e constituiu «uma demonstração de que estão fortes e unidos, para continuarem a luta pela negociação do contrato...

FNAM acusa tutela de «grave violação da lei»

A FNAM veio anunciar, em comunicado de dia 30, que accionou os «mecanismos legais para o cumprimento da negociação do trabalho médico», num ofício enviado à DGERT e ao Ministério do Trabalho. Em causa está a recusa, pela ministra da Saúde, em negociar com a federação, que aponta esta atitude como «uma grave violação da...

Greve nas Misericórdias

Amanhã, sexta-feira, os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia vão estar em greve para exigir um contrato colectivo de trabalho (CCT) que valorize o trabalho, as carreiras profissionais e a antiguidade. Em comunicado, o CESP/CGTP-IN, refere que a maioria das Santas Casas não está na cumprir uma portaria de extensão...