Prosseguem contactos entre os EUA e a Rússia
Delegações dos EUA e da Rússia prosseguem contactos com vista à normalização das relações diplomáticas entre os dois países e a uma eventual solução para o conflito que se trava no Leste da Europa. Moscovo reiterou, entretanto, que se opõe categoricamente à anunciada instalação de forças militares de países da NATO na Ucrânia.
EUA e Rússia continuam negociações na procura da normalização das relações e de uma solução para o conflito que se trava na Ucrânia
Segundo a diplomacia russa, trata-se de um processo que requer muito tempo e que exige a clarificação de muitas questões técnicas que até ao momento não foram abordadas. As conversações em curso incluem uma possível retoma da iniciativa do Mar Negro, com o objectivo de garantir a segurança marítima da zona.
A Rússia tem afirmado de forma categórica a sua oposição ao envio para a Ucrânia de forças dos países da NATO e seus aliados, os mesmos países que fornecem armas a Kiev, e tem alertado para o perigo da completa surdez por parte dos responsáveis da União Europeia e das potências europeias que integram a NATO face às advertências russas, salientando que «a arrogante relutância ocidental em ouvir a posição russa foi o que essencialmente conduziu ao conflito ucraniano».
A 27 de Março, responsáveis militares de cerca de 30 países reuniram-se no Reino Unido para discutir as questões operacionais do envio de tropas para a Ucrânia, face a um eventual cessar-fogo. Anteriormente, os meios de informação britânicos revelaram que Londres e Paris esperavam formar um corpo militar de 10 a 30 mil efectivos, supostamente para garantir um cessar-fogo na Ucrânia. Ao mesmo tempo, indicou-se que, aviões de combate da força aérea britânica poderiam patrulhar o espaço aéreo ucraniano, levantando voo de território da Polónia.
Da sua parte, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguéi Lavrov, anunciou no dia 12 de Março que a presença na Ucrânia de tropas da NATO sob qualquer bandeira e com qualquer capacidade constituía uma ameaça para o seu país. Segundo o ministro, a Rússia não aceitaria tal situação em nenhuma circunstância.
Opção pela guerra
Entretanto, a União Europeia insiste na apologia da guerra, no denominado «rearmamento» e na instigação do conflito que trava na Ucrânia. A generalidade dos governos dos países que integram a UE – incluindo o Governo português – e os grandes interesses económicos preparam, através dos meios de comunicação social dominantes, as opiniões públicas para canalizar para o militarismo e a indústria de armamentos recursos que são necessários para a melhoria das condições de vida e de trabalho, para aumentar os salários e as pensões, para melhorar os serviços públicos, para resolver problemas como o do acesso à habitação.
Na Alemanha, foi criado um instrumento que permite ao país aumentar a dívida, para que possa incrementar os seus gastos militares; na Dinamarca acelera-se o alistamento militar obrigatório para mulheres, que se iniciará em 2026, um ano antes do que estava previsto; a França e a Suécia mandaram distribuir «manuais de sobrevivência à população»; a Polónia anunciou a formação militar em massa, como preparativo para a guerra, e manifestou o desejo de ter armas nucleares no seu território; a Comissão Europeia veio já pedir à população que armazene bens que lhe permita sobreviver por três dias.
A apologia do militarismo e da guerra, que só agravará os problemas e os conflitos. Iniciativas para a paz, nem vê-las.