Agricultores contra ratificação de novos acordos de livre comércio
A Coordenadora Europeia Via Campesina (ECVC), organização da qual a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) é membro, alertou para o agravamento da situação da Agricultura após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter lançado uma guerra comercial e aumentar os direitos aduaneiros sobre as importações provenientes da União Europeia (UE) e do resto do mundo.
Em comunicado de 16 de Abril, a ECVC manifesta-se contra a ratificação de novos acordos de livre comércio [apresentados por alguns como a única solução], uma proposta que «prejudicará durante décadas os agricultores e as comunidades rurais, mantendo a vulnerabilidade dos mercados europeus e pondo em causa a nossa desejada autonomia estratégica». Deu como exemplo o acordo de livre comércio UE-Mercosul, que irá prejudicar sectores vulneráveis e afectar a soberania alimentar, desrespeitando totalmente o direito dos agricultores a um preço justo.
Reforçar a soberania alimentar
Para a Coordenadora, a alternativa à cedência a Donald Trump e à intensificação do comércio livre passa por a UE «investir na soberania alimentar em todo o lado, promovendo políticas orientadas para a territorialização da produção alimentar, apoiando uma transição agro-ecológica, assegurando a renovação geracional e protegendo os agricultores de futuras tensões económicas e ecológicas». «A solidariedade internacional, o comércio justo e a soberania alimentar dos povos devem ser pilares centrais para a construção de um mundo justo e pacífico», defende a ECVC.