EUA e Irão debatem programa nuclear iraniano e levantamento das sanções

Lusa

De­le­ga­ções dos EUA e do Irão man­ti­veram, no dia 26, em Mas­cate, ca­pital de Omã, a ter­ceira ronda de con­ver­sa­ções in­di­rectas cen­tradas no pro­grama nu­clear ira­niano e no le­van­ta­mento das san­ções oci­den­tais a este país do Médio Ori­ente.

As duas de­le­ga­ções acor­daram em re­gressar às res­pec­tivas ca­pi­tais para mais con­sultas, como parte do pro­cesso de ne­go­ci­ação. Foi anun­ciada uma nova reu­nião para prin­cí­pios de Maio.

O mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros ira­niano, Abas Araghchi, en­ca­beçou a de­le­gação ira­niana, en­quanto a re­pre­sen­tação norte-ame­ri­cana foi di­ri­gida pelo en­viado dos EUA para o Médio Ori­ente, Steve Wit­koff.

Com o ob­jec­tivo de es­ta­be­lecer o quadro para um pos­sível acordo sobre o pro­grama nu­clear civil de Te­erão, re­a­li­zaram-se pre­vi­a­mente con­ver­sa­ções téc­nicas entre pe­ritos das duas partes.

Araghchi ex­pressou sa­tis­fação pelo pro­gresso e o ritmo das ne­go­ci­a­ções, em­bora tenha as­si­na­lado que ainda é ne­ces­sário exa­minar mais a fundo as di­fe­renças exis­tentes. «Esta ronda de con­ver­sa­ções foi muito mais com­plexa do que as an­te­ri­ores e gra­du­al­mente pas­sámos a con­ver­sa­ções mais por­me­no­ri­zadas e téc­nicas», re­velou.

Por outro lado, o mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros de Omã, Badr bin Hamad Al-Bu­saidi, que tem me­diado o pro­cesso ne­go­cial, afirmou que nesta ter­ceira ronda de con­ver­sa­ções EUA e Irão «iden­ti­fi­caram a as­pi­ração par­ti­lhada de al­cançar um acordo ba­seado no res­peito mútuo e em com­pro­missos du­ra­douros». Es­cla­receu que foram abor­dados «os prin­cí­pios fun­da­men­tais, os ob­jec­tivos e as pre­o­cu­pa­ções téc­nicas» e in­formou que as con­ver­sa­ções con­ti­nu­arão, com uma nova reu­nião de alto nível, «pro­gra­mada pro­vi­so­ri­a­mente para 3 de Maio».

Tanto Te­erão como Washington ti­nham des­crito as duas pri­meiras rondas – a pri­meira em Mas­cate e a se­gunda em Roma, igual­mente com me­di­ação de Omã – como «cons­tru­tivas e pro­me­te­doras».

Re­corde-se que, em 2015, o Irão e seis me­di­a­dores in­ter­na­ci­o­nais – EUA, Reino Unido, Ale­manha, França, China e Rússia – as­si­naram o Plano de Acção In­te­gral Con­junto (PAIC), que es­ta­be­leceu li­mi­ta­ções ao pro­grama nu­clear ira­niano, com o ob­jec­tivo de ex­cluir a sua even­tual uti­li­zação para fins mi­li­tares, e o le­van­ta­mento das san­ções dos EUA e da UE a Te­erão.

Em Maio de 2018, Washington rompeu o acordo e impôs san­ções uni­la­te­rais contra o Irão. Um ano de­pois, Te­erão res­pondeu di­mi­nuindo de ma­neira gra­dual os seus com­pro­missos as­su­midos, re­nun­ci­ando em par­ti­cular às li­mi­ta­ções nas in­ves­ti­ga­ções nu­cle­ares e no nível de en­ri­que­ci­mento de urânio.

Em Abril de 2021, as partes no âm­bito do PAIC, jun­ta­mente com os EUA, ini­ci­aram em Viena ne­go­ci­a­ções para res­ta­be­lecer o acordo nu­clear, mas um ano de­pois o diá­logo ter­minou.

Mais de mil ví­timas em ex­plosão no Irão

Uma forte ex­plosão, se­guida de in­cêndio, no porto de Shahid Ra­jaei, na ci­dade de Bandar Abbas, no sul do Irão, junto ao Es­treito de Ormuz, causou pelo menos 40 mortos e mais de mil fe­ridos.

Des­co­nhecem-se as ori­gens do si­nistro e as au­to­ri­dades ira­ni­anas or­de­naram uma in­ves­ti­gação ri­go­rosa sobre o caso.

A ex­plosão ocorreu no sá­bado, 26, no mesmo dia em que se re­a­lizou, em Omã, a ter­ceira ronda de con­ver­sa­ções entre o Irão e os EUA.

Te­erão anun­ciou que os ser­viços de se­gu­rança do país estão em alerta má­ximo, de­vido a «ten­ta­tivas an­te­ri­ores de sa­bo­tagem e as­sas­si­natos» para pro­vocar a sua «le­gí­tima res­posta», numa ve­lada alusão a ac­ções de Is­rael, num pas­sado re­cente, res­pon­sá­veis pelo as­sas­si­nato de ci­en­tistas e res­pon­sá­veis mi­li­tares ira­ni­anos. Is­rael opõe-se a uma pos­sível di­mi­nuição das ten­sões entre os EUA e o Irão e, em geral, no Médio Ori­ente.

 



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