China disposta a diálogo com base em princípios

No meio de notícias de que os EUA vão recuar na imposição das elevadas tarifas aduaneiras à China, Pequim avisou que, até agora, não há quaisquer conversações sobre o tema entre os dois países. E reafirmou que a China está aberta ao diálogo, mas com base nos princípios de igualdade, respeito mútuo e vantagens recíprocas.

China avisa EUA: «Se querem brigar, estamos preparados; se querem falar, as nossas portas estão abertas»

A China esclareceu que não existem conversações em curso com os EUA sobre a imposição de tarifas por parte da Administração norte-americana, contrariamente ao que meios de informação norte-americanos têm noticiado.

Em Pequim, os ministérios do Comércio e dos Negócios Estrangeiros realçaram que neste momento não há diálogo e muito menos acordos alcançados. «Qualquer informação sobre avanços em negociações comerciais entre a China e os EUA carece de fundamento», clarificaram no dia 24 porta-vozes das duas pastas. Ambos os ministérios destacaram que as especulações sobre este tema são infundadas e não reflectem a realidade das relações bilaterais.

Quanto à guerra tarifária promovida pelos EUA, os porta-vozes destes dois ministérios reiteraram a posição oficial da China: «Se querem brigar, estamos preparados; se querem falar, as nossas portas estão abertas». Reafirmaram ainda que qualquer diálogo deve basear-se nos princípios de igualdade, respeito mútuo e vantagens recíprocas, e enfatizaram que a China esteve sempre aberta ao diálogo, mas que rejeita qualquer tentativa de que lhe sejam impostas condições unilaterais como táctica negociadora.

Face a rumores de que Washington poderia reduzir as suas tarifas a produtos chineses, a China reitera que «se os EUA realmente desejam resolver o problema através do diálogo deveriam abandonar as tácticas de pressão extrema e pôr de parte as ameaças», recordando que é Washington que promove esta disputa comercial e que a solução depende da retirada por parte dos EUA das medidas tarifárias unilaterais.

As medidas tarifárias impostas pela Administração norte-americana geraram fortes críticas tanto a nível internacional como no interior dos EUA.

Neste momento, os produtos chineses importados aos EUA estão sujeitos até 145% de tarifas aduaneiras (125% acrescidos nas últimas semanas e 20% com o pretexto do fentanil) – tendo sido, entretanto, isentados diversos artigos da electrónica e da informática –, enquanto todos os bens provenientes dos EUA enfrentam 125% de tarifas para entrar na China.

A Casa Branca anunciou que elevará as tarifas para 245% no caso de uma investigação da Secretaria do Comércio detectar «ameaças para a segurança nacional» nas importações de minerais críticos da China. Já a alfândega chinesa advertiu que se Washington persistir neste «jogo tarifário» e subir novamente as taxas aduaneiras, Pequim não ripostará, por ser desnecessário, face aos efeitos das taxas aduaneiras já aplicadas.

Diálogo sem pressões nem chantagens

A China declarou que não receia enfrentar a guerra de tarifas promovida pelos EUA mas garantiu a disposição para o diálogo, desde que sem pressões nem chantagens.

Essa foi a reacção, no dia 23, depois das últimas declarações do presidente Donald Trump sobre uma possível redução das tarifas impostas a todos os produtos provenientes da China.

A China insiste que «a guerra de tarifas e a guerra comercial não têm vencedores, o proteccionismo não tem futuro e o desacoplamento só isolará quem o promover». Vincou que «dizer que se quer chegar a um acordo enquanto se exerce uma pressão extrema não é a forma de tratar com a China e tão-pouco funcionará». E enfatizou que qualquer tentativa de impor condições unilaterais será rejeitada por Pequim.

Entretanto e face às dificuldades sentidas pelos EUA, o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, disse recentemente que o objectivo de Washington não é o desacoplamento das economias dos EUA e da China.

 



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