António Borges Coelho homenageado com Concurso Literário em Murça

No encerramento da 2.ª edição do «Porca Lápis» - Festival Literário Internacional de Murça, foi anunciado o lançamento do Concurso Literário em homenagem ao historiador, poeta, ex-professor catedrático, militante do PCP e murcense António Borges Coelho.

«Continuou a sua luta pelas causas mais generosas da humanidade»

Numa iniciativa do município de Murça e das Edições Esgotadas, no dia 10 de Maio foi também apresentado o livro «A Arte de Desmascarar a História», de José Eduardo Franco e Isabel Drumond Braga, coordenadores de um importante conjunto de depoimentos sobre Borges Coelho, que tomaram a palavra.

Na sessão, presidida pelo presidente da Câmara Municipal, Mário Artur Lopes, interveio também Carlos Carvalhas, que falou do homenageado como um «homem vertical, solidário, de causas e de lutas, pela liberdade, pela emancipação social, por um Portugal democrático de progresso e justiça».

«Um homem que tem intervindo ao longo da sua vida tomando a bandeira da “arraia miúda” e dos “condenados da Terra”», reforçou o dirigente comunista, recordando que «na longa noite fascista» Borges Boelho, «pela sua intervenção e coerência, pagou um não pequeno tributo pessoal, imposto por um regime policial e terrorista». «Viveu depois os dias exaltantes da Revolução de Abril e continuou a sua luta pelas causas mais generosas da humanidade», acrescentou, valorizando ainda o apoio que o murcense sempre deu ao PCP e à CDU, inclusivamente «em actos eleitorais até hoje».

Carlos Carvalhas deu a conhecer outros momentos importantes sobre a vida de Borges Coelho, que «quando chegou a Lisboa já vinha de Murça com ideias revolucionárias formadas com o conhecimento da vida de Militão Ribeiro e nas leituras de livros que lhe deram vítimas da PIDE da sua terra». Nessa altura aderiu ao MUD juvenile logo participa na campanha presidencial de Norton de Matos.

Incansável lutador
De 1949 a 1955 dirigiu o sector operário de Lisboa, a organização da Marinha Grande, do Alentejo e do Algarve.

Após ter passado à clandestinidade, já como funcionário do PCP, foi preso político no Aljube e transferido para a Fortaleza de Peniche. «Após uma luta que durou mais de um ano, conseguiu casar na cadeia com a combativa camarada Isaura, companheira de toda uma vida, para que esta o pudesse visitar, numa cerimónia que teve como um dos padrinhos Alexandre O’Neill. (…) Já em liberdade continuou os trabalhos que tinha iniciado no Forte de Peniche e escreve “As Raízes da Expansão Portuguesa”, livro que foi apreendido das livrarias e que levou Borges Coelho a ser submetido a novos interrogatórios pela PIDE e a ser ameaçado de que lhe revogavam a liberdade condicional», revelou.

Escreveu depois «A Revolução de 1383», livro que chegou às mãos de Carlos Carvalhas por amigos da «Prelo Editora», de que foi um dos editores.

«Se quiséssemos dar a conhecer a um jovem aqui de Murça ou de qualquer outro ponto do País o verdadeiro sabor da liberdade, tão natural para ele hoje como o ar que respira, e na outra face da moeda perceber a brutalidade da ditadura fascista que ocupou o poder por meio século, era pedir-lhe que, por alguns momentos, vestisse a pele do jovem Borges Coelho», concluiu o orador.

O momento encerrou com a leitura de uma mensagem de Borges Coelho [lida por um seu irmão], que não pode estar presente por doença, de agradecimento e saudação ao povo de Murça que o viu nascer.

 



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