Reunidos para discutir o agravamento das condições de produção, como o aumento do custo dos factores de produção e o desequilíbrio entre o poder de mercado das grandes casas comercializadoras e o dos pequenos e médios viticultores, muitos produtores deram o testemunho da sua situação particular, assim como um contributo para tomar as acções necessárias pela valorização da produção e em defesa da Região Demarcada do Douro.

Numa moção aprovada por unanimidade, os viticultores durienses assinalam que «têm sido ostensivamente deixados à mercê de uma engrenagem que esmaga deliberadamente o modelo produtivo da região, assente em muitos milhares de pequenos e médios produtores». Face à «passividade das entidades responsáveis, desde o Governo ao IVDP ou a algumas autarquias locais», estes produtores apontam as medidas concretas e imediatas que o momento exige.

A Luta é o caminho

Entre as medidas presentes na moção, destaca-se a exigência do «aumento do quantitativo do benefício»; a fixação de «preços mínimos para as uvas»; «fiscalização efectiva da entrada de mostos e vinhos oriundos de fora da região»; assim como outras medidas imediatas e conjunturais de gestão de crise.

Em plenário, foi ainda decidido o apoio ao abaixo-assinado posto a circular pela Casa do Douro, assim como a realização de uma manifestação, no dia 2 de Julho, na Régua, para exigir o cumprimento das medidas referidas na moção.

PCP solidário com viticultores

Para além da presença do Partido na sessão, através de uma delegação onde se integrou o deputado Alfredo Maia, as direcções regionais de Bragança, Guarda, Vila Real e Viseu do PCP emitiram um comunicado.

Nele, assinala-se a situação dos pequenos e médios viticultores que se «agrava perigosamente», assim como as manobras das «casas exportadoras e grandes vinificadores» que contribuem para «criar um ambiente depressivo no mercado e esmagar os preços para a próxima vindima».

O PCP manifesta a sua solidariedade com a luta dos viticultores em defesa da lavoura duriense, destacando ainda a urgência de «inverter a tendência de redução do “benefício”»; «tomar medidas estruturais com vista a resolver o problema dos stocks excedentes»; «apoiar urgentemente os pequenos e médios viticultores» e de «dotar a Casa do Douro dos meios e condições necessárias para que possa cumprir o seu papel».