O município tem investido fortemente na educação, com melhoria de infra-estruturas e desenvolvimento de programas que promovem o sucesso escolar. Nuno Silva destacou o papel das bibliotecas municipais – em Avis e Alvorão – no apoio à aprendizagem e inclusão. «Ali, as crianças podem desenvolver todas as suas aptidões», disse, sublinhando o papel das «equipas especializadas» municipais.

Com 606 km², o concelho aposta em levar os livros até às pessoas, com ateliês nas férias escolares e o programa Biblioférias no Verão. Outro exemplo é a Escola de Música, com dezenas de alunos dos seis aos 70 anos, em aulas de vários instrumentos e canto. «Proporcionamos o acesso gratuito a uma actividade cultural e formativa, promovendo o convívio entre gerações», explicou Nuno Silva.

Inês Fonseca referiu ainda a formação de um grupo de bombos e uma orquestra de acordeão. «Temos professores muito dedicados, e os resultados estão à vista, com prémios a nível nacional».

Mérito social e ambiental

Salomé Guilhermino falou do AnimaSénior, dirigido a idosos e reformados de todo o concelho, promovendo actividades como visitas a museus. O projecto foi reconhecido com a Bandeira de Mérito Social. No plano ambiental, o concelho tem sido distinguido com a Bandeira Verde – ECO XXI, e a Bandeira Azul para a Praia Fluvial do Clube Náutico de Avis, fruto de boas práticas de sustentabilidade.

Água: um desafio em curso

Neste mandato destacou-se também o investimento em infra-estruturas de água, como a reabilitação do Reservatório de Benavila e outros depósitos. «Avançámos com verbas próprias, apesar da falta de financiamento», disse Inês Fonseca. No entanto, a água proveniente da Barragem da Póvoa chega com «sedimentos». «Não é responsabilidade nossa a água que entra nos depósitos», frisou Nuno Silva.

A Câmara tem substituído troços da rede de abastecimento para garantir qualidade. «Temos um plano para intervir em freguesias mais pequenas», adiantou Inês Fonseca, defendendo que a água deve manter-se sob gestão municipal.

A gestão de resíduos é outro desafio. «O futuro obriga à recolha de biorresíduos», alertou a autarca.

 

Turismo e lazer em torno da Barragem do Maranhão

A Barragem do Maranhão tem forte impacto no desenvolvimento local, com potencial turístico e desportivo. «É um elemento diferenciador. Campeões do mundo vêm aqui estagiar», afirmou Nuno Silva, referindo-se ao remo, canoagem e pesca desportiva.

Na zona do Clube Náutico há uma praia, parque de merendas, parque infantil, hangar náutico, restaurante, bar, parque de campismo e piscinas municipais requalificadas, equipamento que, segundo, Salomé Guilhermino, recebeu a visita de mais de 25 mil pessoas no último Verão.

Houve também melhorias como via pedonal, ciclovia, nova iluminação e pista de skate. Em 2025 foram instalados novos pontões e criada uma zona de areia com acesso para cadeiras de rodas.

 

Feira Medieval Ibérica atrai milhares

A Feira Medieval Ibérica – em Maio – atrai milhares de visitantes e envolve a população. «Temos mais de 600 figurantes. É das melhores feiras medievais do País», afirmou Nuno Silva. Além de recriações históricas, inclui mercado de artesanato, gastronomia e animação. A vice-presidente reforçou que o turismo tem crescido. «Há cada vez mais pedidos para visitar o centro histórico e o Centro Interpretativo da Ordem de Avis», afirmou.

Desporto para todos

No desporto, o concelho acolhe uma prova da Taça de Portugal de Cross-Country Olympic e cresce o interesse pela Orientação.

 

Lutar por serviços que são do Estado

A população tem-se mobilizado em defesa do Serviço Nacional de Saúde. Em Janeiro realizou-se uma concentração junto ao Centro de Saúde, envolvendo autarquia e juntas, exigindo mais médicos e melhores cuidados. «Temos um médico a tempo inteiro e outro a meio tempo para quase quatro mil habitantes», lamentou Nuno Silva. As distâncias entre freguesias tornam tudo mais difícil. Será inaugurado um novo pólo de saúde em Benavila, mas «sem profissionais, os equipamentos não chegam».

Inês Fonseca denunciou a desresponsabilização do Estado. «Se não fosse o município, não tínhamos Tribunal, Finanças nem GNR», disse, acrescentando que «não temos uma auto-estrada» e os jovens têm de sair para estudar.

Também os transportes são escassos. «Ir ao Tribunal de Fronteira obriga a dormir fora», exemplificou Nuno Silva.

Foi igualmente pela luta da população que se conseguiu a requalificação da Escola Básica de Avis, a inaugurar este ano. «Fizemos tudo, desde o projecto à obra. Ainda nos devem 800 mil euros», revelou o presidente.

A Câmara, apesar disso, tem «capacidade de endividamento de mais de 98 por cento» e um saldo positivo superior a dois milhões de euros, mesmo após ter suportado parte da obra do novo posto da GNR de que falta pagar 400 mil euros.

Novos projectos e ambições

Outras prioridades incluem a monitorização em tempo real da água, com contadores inteligentes; a criação de emprego e valorização da zona industrial; a construção de campos de padel e de uma pista de atletismo; um miradouro sobre a barragem; o reforço de equipamentos na praia fluvial.