Trabalho realizado dá confiança à CDU no distrito de Viana do Castelo
No coração do Minho, o Avante! conversou com Cláudia Marinho, Helena Brito, Augusto Silva e Carlos Alves – eleitos pela CDU e profundamente ligados ao Poder Local no distrito de Viana do Castelo. Falou-se do trabalho realizado, das dificuldades enfrentadas e os caminhos de futuro por desbravar.
Em Viana do Castelo, os votos na CDU resultam das provas dadas do trabalho, honestidade e competência
Cláudia Marinho é vereadora na Câmara Municipal (CM) de Viana do Castelo. Helena Brito é presidente da União de Freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela. Do outro lado do Rio Lima, encontramos Augusto Silva, presidente da Junta de Freguesia (JF) de Darque. A norte, no concelho de Caminha, está Carlos Alves, presidente da JF de Vilar de Mouros.
O Avante! foi procurar saber o “segredo” da influência da CDU nestes locais e voltou de lá com uma resposta simples: é o trabalho realizado, a sua qualidade e quantidade que, eleição após eleição, mantém a CDU como exemplo de gestão autárquica de referência na região.
Exemplo único
Com cerca de 725 habitantes, Vilar de Mouros é a freguesia mais a norte gerida pela CDU. Quando questionado sobre o que diferencia a CDU das outras forças políticas, a resposta de Carlos Alves surge rápida: «é a educação política dos nossos autarcas.» «Têm objectivos concretos e muito diferentes, nomeadamente sobre a atenção que se deve dar às crianças, à população em geral e aos idosos», afirma.
Em Vilar de Mouros existe outra especificidade, talvez a «marca mais importante que a CDU imprimiu na freguesia». É o Festival Vilar de Mouros, que tem uma história longa – e controversa. Criado em 1965, não durou muitos anos. Mais tarde, tentou a CM de Caminha trazê-lo de volta. Experiência que, para além de financeiramente inviável, deixou «marcas sociais muito negativas na população». «Foi precisa muita coragem para, em 1996, aceitarmos a sua reabilitação», salienta Carlos Alves. «Foi feito aqui neste local e correu muito bem. Foi preciso repensar o espaço de um hectare em que este se realizava e lançámos-nos na aquisição de mais cinco», conta. A isto acresce a construção de novos acessos à praia fluvial das Azenhas, parques de merendas, estacionamentos e muita obra ambiental.
A grande dificuldade, desabafa, é mesmo o isolamento político. «Nunca recebemos tanto como recebem outras freguesias da mesma “cor política” destes ditos executivos municipais», acusa. Mesmo assim, «porque gerimos com mais cuidado, atenção, seriedade e honestidade, acabamos por conseguir fazer mais obra com menos dinheiro».
Proximidade é elemento chave
Na cidade de Viana do Castelo e nas freguesias mais próximas «há um passado de antifascismo, de adesão aos valores de Abril, de afirmação de esquerda e da democracia», conta Helena Brito. A CDU foi capaz de «acumular experiência autárquica» desde as primeiras eleições, com «trabalho, dedicação e acolhimento de proximidade».
O trabalho fala por si: as contas «estão bem e há dinheiro em caixa para saldar empreendimentos ainda em execução, houve requalificação de arruamentos, parques infantis e lavadouros, edição de livros, organização de ATL, apoio e dinamização a expressões tradicionais e instituições desportivas, culturais e sociais»… A lista é longa. «As pessoas querem respostas concretas e querem ser bem atendidas», assegura, valorizando os «muitos testemunhos de reconhecimento» por parte da população.
Em Viana do Castelo há muito que falta fazer que é da responsabilidade do executivo municipal. Nos últimos quatro anos priorizaram-se obras de envergadura, conta, mas «basta ir ao portal da CM e ver os documentos aprovados sobre ordenamento da cidade com previsões de execução, todas ou quase todas por concretizar».
Trabalho, honestidade e competência
De Darque chega-nos um relato semelhante. Augusto Silva fala com propriedade dos compromissos centrais da CDU: «em campanha propusemo-nos a administrar a freguesia com trabalho, honestidade e competência. É isso que fazemos».
A grande dificuldade, relata, é o orçamento que não chega. «Falamos de 350 mil euros para uma freguesia de quase 12 mil habitantes, em que metade deste valor acaba por ser absorvido por um quadro de pessoal de sete trabalhadores», explica.
«Apesar de ter melhorado bastante, o apoio da CM continua muito aquém das necessidades e contribuições dos darquenses», lamenta. Apesar disto, a população «percebe e tem noção de que o que está por fazer não é por falta de vontade da JF. Sabem que este executivo está permanentemente junto da CM a solicitar apoio».
Mesmo assim, o trabalho fala por si, das «pequenas requalificações às preocupações ambientais», como o despejo de águas residuais no Rio Lima, algo que é «residual, mas acontece e está a ser resolvido». «Intervimos na iluminação de espaços públicos e nos equipamentos da freguesia, como o pavilhão desportivo e o cemitério», acrescenta.
Para Augusto Silva, há motivos para confiar no trabalho feito. «O balanço, se atendermos ao que ouvimos da população, é positivo», afirma. «Chegamos a ter relatos na Assembleia de Freguesia em que novos moradores de Darque, que para cá se mudam, com outros cartões políticos, manifestam o seu apoio porque reconhecem o trabalho que é feito, a proximidade, o contacto directo ou até mesmo o “documento na hora”».
Voz crítica, mas construtiva
Cláudia Marinho não gere uma autarquia, assume antes uma vereação num executivo em que o PS, com cinco vereadores, é a força maioritária. Mesmo assim, o balanço dos últimos quatro anos é «claramente positivo». Apesar de ser uma voz isolada no executivo, Cláudia Marinho afirma ter mantido uma actuação «firme, coerente e próxima da população». Destes elementos, é o da proximidade que mais se destaca, com o reforço do atendimento ao munícipe no gabinete da CDU uma vez por semana. Sobressaem-se igualmente as visitas às freguesias.
A par da proximidade sobram – apesar de não serem poucas – as propostas concretas apresentadas em torno da defesa de serviços públicos de qualidade, de defesa de melhores condições de trabalho, de erradicação da precariedade laboral e da protecção do ambiente e do ordenamento do território.
É «desafiante» ser vereador único num executivo em que há maioria absoluta, conta Cláudia Marinho. Existe uma necessidade permanente em ser-se «voz crítica, mas construtiva». Mas é «ao levantar os temas que os outros ignoram, ao denunciar injustiças e ao forçar o debate político sobre questões estruturais» que a CDU consegue fazer a diferença junto da população do concelho vianense.