Milhares contra assalto à economia e ao povo

Troika fora do Chipre

Mi­lhares de ci­pri­otas saíram às ruas para re­pu­diar a in­ter­venção da troika e as iné­ditas me­didas de con­fisco dos de­pó­sitos, que co­locam a eco­nomia da ilha numa si­tu­ação de rup­tura.

Troika con­dena Chipre ao em­po­bre­ci­mento e re­cessão

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«Troika fora de Chipre», «Os tra­ba­lha­dores não pa­garão os erros dos bancos» foram al­gumas das pa­la­vras de ordem gri­tadas por mi­lhares de pes­soas nos pro­testos re­a­li­zados em Ni­cósia, ca­pital de Chipre, nos dias 26 e 27 de Março.

No pri­meiro dia, as ruas foram to­madas por es­tu­dantes dos di­fe­rentes graus de en­sino, con­vo­cados pela EDON, a or­ga­ni­zação ju­venil do AKEL, bem como por ou­tros grupos através das redes so­ciais.

Ter­mi­nando o des­file frente ao pa­lácio pre­si­den­cial, os ma­ni­fes­tantes exi­giram «Uma so­lução fora da Troika» e re­a­fir­maram que «Não se­remos os es­cravos do séc. XXI».

Na quarta-feira, 27, uma grande ma­ni­fes­tação na­ci­onal con­vo­cada pelo AKEL e pelo Mo­vi­mento Po­pular de Es­querda ter­minou igual­mente junto à re­si­dência pre­si­den­cial, onde foi de­nun­ciado o acordo as­si­nado pelo go­verno com a troika e se avisou que as con­di­ções im­postas sig­ni­fi­carão o co­lapso da eco­nomia da ilha.

«A ten­ta­tiva de salvar o euro através dos três pi­lares da aus­te­ri­dade, dos cortes e das pri­va­ti­za­ções sim­ples­mente apro­fun­darão ainda mais a re­cessão», su­bli­nham os co­mu­nistas ci­pri­otas.

Corte podem atingir 60%

To­davia é pre­ci­sa­mente isso que as po­tên­cias eu­ro­peias, com o con­sen­ti­mento do recém-em­pos­sado go­verno de di­reita, se pro­põem levar a cabo. De­pois do recuo no con­fisco in­dis­cri­mi­nado dos de­pó­sitos, que abolia a ga­rantia para mon­tantes até 100 mil euros, as pe­na­li­za­ções anun­ci­adas, dia 30, pelo Banco de Chipre ul­tra­passam as pi­ores ex­pec­ta­tivas.

Numa fase ini­cial, 37,5 por cento dos de­pó­sitos su­pe­ri­ores a 100 mil euros serão trans­for­mados em ac­ções do banco. Ou­tros 22,5 por cento dos mon­tantes fi­carão con­ge­lados por 90 dias e, de­pen­dendo da evo­lução da re­ca­pi­ta­li­zação, serão igual­mente trans­for­mados em ac­ções ou de­vol­vidos aos ti­tu­lares.

Dito de outro modo, o con­fisco sobre os grandes de­pó­sitos po­derá elevar-se a 60 por cento. Algo nunca visto na UE do euro.



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