Guimarães
Potencial de vitória
Carlos Carvalhas esteve num jantar em Guimarães, com mais de 300 pessoas,
com o fim de apresentar a candidatura de Salgado Almeida à presidência
da autarquia.
A Comissão Concelhia do PCP considerou o convívio «animado,
mais próprio de fim de campanha do que de pré-campanha e revelador
do estado de espírito dos democratas de Guimarães, desejosos,
como se viu, de mudar o rumo da vida autárquica concelhia».
A principal intervenção política do dia coube a Cândido Capela Dias, da Comissão Concelhia local. Capela Dias lembrou, no início da sua intervenção, o político brasileiro, Ademar Barros que, conhecidas as suas práticas corruptas, se recandidatou com o seguinte lema: «Ademar rouba, mas cumpre!» e avançou que a moral desta história é que «quando a política é feita sem ética, até o maior absurdo é encarado com indiferença por parte de cidadãos apáticos».
Para
fazer face à indiferença e conformismo que afirma grassar, também,
na nossa sociedade, o orador propôs aos cidadãos de Guimarães
um «programa mobilizador, liderado por uma personalidade de reconhecidos
méritos e capacidade de intervenção cívica e social».
Tudo para combater o que considera serem sinais preocupantes na vida democrática,
como os sinais exteriores de riqueza dos titulares de cargos públicos,
«o que, não sendo tão grave como a corrupção
económica, indicia o uso menos correcto dos cargos». «Entre
os vimaranenses também já há quem reconheça que
as maiorias absolutas nem sempre são bem utilizadas», afirmou o
dirigente comunista , lembrando casos de dependência dos trabalhadores
da autarquia, de assédio político às freguesias não
socialistas e, até, de censura à imprensa.
É por estas razões, diz, «que nesta sala, neste convívio democrático, não estão todos os que gostariam de estar». «A esses homens e mulheres ausentes mas presentes prometemos esforço e empenhamento em ordem a, no futuro, poderem participar sem constrangimentos, sem receio da reacção», referiu Capela Dias.
Para fazer face ao medo que afirma reinar na cidade, o dirigente do PCP apresentou a candidatura «que personifica a certeza de uma gestão sem sombra de favoritismos ou proteccionismos», apostando em alguém que «pratica a solidariedade e disso não se gaba», «sempre disponível e dedicado aos simples e aos humildes». «É a aposta no cidadão que despreza a riqueza, o dinheiro e as honrarias», continuou. «É o candidato da esperança», com o «potencial de vitória que Guimarães espera», terminou.
O candidato, médico muito conhecido na cidade, usou da palavra para, num discurso de improviso, lançar algumas linhas do que será a intervenção da CDU nas autarquias do concelho de Guimarães.
Reforçar em Famalicão
Também em Vila Nova de Famalicão, na quinta-feira, dia 5 de Abril, a CDU apresentou a sua candidatura, que será encabeçada por Carla Alexandra, uma educadora de infância de 30 anos, que foi, também, candidata às últimas eleições legislativas de 1999 pelo círculo de Braga. No seu discurso, a candidata referiu que, «nunca como no actual quadro autárquico, com as candidaturas que aí se perfilam e por aquilo que delas conhecemos, a voz da CDU fez falta e mais falta vai fazer, na vereação da Câmara Municipal». Em relação às outras candidaturas, Carla Alexandra é peremptória em afirmar que não defendem os interesses do concelho. Em relação ao PS lembra as guerras internas: «Que políticos são estes que definem estratégias políticas, trocas de este por aquele, em privado, provavelmente, enquanto bebem um whisky e os problemas do concelho se mantêm e até se agravam, dando depois o dito por não dito?» «Do outro lado, do PSD, também não se augura nada de bom: Basta lembrarmo-nos dos pensamentos profundos do Arq. Armindo Costa reveladores de uma profunda insensibilidade social, de um profundo desconhecimento de questões políticas que a todos dizem respeito», lembrou.
Em relação à CDU, a candidata considerou possível
«eleger um vereador», única forma de combater as, «normalmente
contraproducentes» no concelho, maiorias absolutas.
«Avante!» Nº 1428 - 12.Abril.2001