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Serigrafia de Jorge Vieira
à venda na Festa do Avante!
Uma justa homenagem
a um grande artista

O Sector Intelectual da ORL promove, na banca do Café-Concerto de Lisboa, a venda de 11 exemplares, datados, assinados e numerados, de uma gravura de Jorge Vieira, falecido em 1998.

Jorge Vieira é uma das grandes figuras da arte portuguesa, e certamente um dos maiores escultores do século XX. A sua obra, objecto de justo destaque e homenagem na XI Bienal da Festa em 1999, ganha cada vez maior reconhecimento nacional e internacional.

Nascido em 1922, frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde em 1953 concluiu o curso de Escultura, com a classificação de 18 valores no trabalho de tese. Frequentou ainda a Slade School of Fine Arts, em Londres, onde trabalhou sob a orientação, nomeadamente, de Henry Moore e Reg Butler.

Foi professor nas Escolas Superiores de Belas Artes de Lisboa e do Porto.

Artista de uma imensa originalidade, a sua obra constrói um universo em que a figura humana, muitas vezes fragmentada, é símbolo, intérprete, suporte, ponto de convergência de todas as dimensões da vida, da terra (e do sol), do amor, da esperança. Dominando todas as escalas, do pequeno objecto à construção monumental, e todos os materiais, da terracota ao betão, ao ferro e ao aço, cada obra sua combina, de forma quase paradoxal, uma incontível energia telúrica, um humanismo profundo e intemporal, e ao mesmo tempo, um distanciamento irónico face aos personagens do teatro do mundo.

A obra de Jorge Vieira é também excepcionalmente relevante em duas importantes conjunturas do século XX português: nas décadas de 50 e 60, período de activa colaboração entre arquitectos e artistas plásticos numa perspectiva estética e culturalmente inovadora, de que resultou um significativo conjunto de obras integradas em edifícios; e o período posterior ao 25 de Abril, em que encontrou, finalmente, condições para a realização de obras de dimensão monumental que são a expressão mais afirmativa das suas convicções estéticas, sociais e políticas, de que um exemplo particularmente significativo será o monumento ao Prisioneiro Político Desconhecido, peça de 1953 com que ganhou um prémio num concurso internacional, em Londres, e que só em 1994 é realizada e instalada, à entrada de Beja.

Jorge Vieira tem também uma importante obra gráfica, nomeadamente de desenho e gravura. A venda na Festa 2002 de uma gravura sua é uma oportunidade de homenagear este grande artista, de divulgar a sua obra, e de propor a 11 compradores o enriquecimento da sua colecção com uma obra de grande valor.

As gravuras serão vendidas exclusivamente na banca do Café-Concerto de Lisboa pelo preço de 250 euros. Quem estiver interessado, e porque a edição é limitada, pode desde já reservar um exemplar. As reservas efectuam-se ligando para o CT Vitória (21.330.70.00), com Antónia Dimas ou Rita Carrilho.

«Avante!» Nº 1501 - 5.Setembro.2002