Lino de Carvalho na Líbia

Solução está no diálogo e não na força

«O conflito que envolve o Iraque não pode nem deve ser resolvido senão pela via do diálogo, no quadro da ONU e no respeito pela sua Carta», esta a mensagem que o deputado comunista Lino de Carvalho levou à reunião dos presidentes dos parlamentos dos países do Mediterrâneo Ocidental, realizada no dia 25 de Fevereiro, em Tripoli, capital da Líbia.

Lino de Carvalho, Vice Presidente da Assembleia da República, e nessa qualidade presente na reunião, em substituição de Mora Amaral, afirmou ainda em relação ao conflito que «são de rejeitar todas as tentativas de impor unilateralmente e pela força soluções que a pretexto do importante e necessário combate ao terrorismo pretendem, antes de mais, construir uma nova ordem internacional dominada por uma única potência».

Pela sua gravidade e extrema actualidade este foi um tema que acabou por ocupar grande parte da intervenção do parlamentar do PCP. Falou do «direito e dever inalienável dos estados e dos povos» combaterem o terrorismo – actividade que, muitas vezes, encoberta por detrás de uma «alegada solidariedade», acaba por, ela própria, causar os maiores prejuízos exactamente aos povos que lutam pela sua liberdade e independência, acusou – , mas sublinhou a necessidade de distinguir «o terrorismo das acções legítimas daqueles que, consagrando a força de um povo, utilizam a sua luta como objectivo de libertação nacional».

Defendida por Lino de Carvalho foi ainda a ideia de que o combate ao terrorismo não será ganho se, simultaneamente, «não for combinado, em larga escala, com acções visando erradicar a pobreza, terminar com a exploração dos recursos dos povos, instaurar a democracia no respeito pelo Estado de direito».

Questão esta que, sendo central, serviu de ponte ao deputado do PCP para abordar a problemática da imigração ilegal, outra das matérias presente nesta reunião de Tripoli. E a ideia central por si deixada a este respeito sintetiza-se da seguinte forma: a imigração económica resulta das condições de pobreza e miséria dos países de origem, pelo que, concluiu, o caminho para vencer a batalha passa pela «cooperação igualmente vantajosa entre Estados, favorecendo, como recorda a Declaração de Tunes da Conferência Ministerial sobe a Migração no Mediterrâneo Ocidental, a instauração de políticas globais equilibradas que levem a um desenvolvimento socialmente justo».



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