Deslocalização à vista na Alcoa
O deputado comunista Jerónimo de Sousa desafiou o Governo a intervir, antes que seja tarde, na empresa Alcoa (ex Indelma), onde está em curso uma tentativa de despedimento de 150 trabalhadores.
Esta acção da administração surge no contexto de um processo de desactivação dos equipamentos indispensáveis à fabricação de pequenas cablagens, visando a sua deslocalização para a Hungria. Invocado pela empresa, como único fundamento para a deslocalização, é o «factor custo».
«Vai o Governo ficar na expectativa do desfecho gravoso deste processo» ou «prefere intervir enquanto é tempo», pergunta o deputado comunista no requerimento que dirigiu aos ministérios da Economia e do Trabalho e Segurança Social.
A empresa, que já anteriormente procedera a 600 despedimentos, depende fortemente do ponto de vista da produção da Auto-Europa. A que acresce o facto de ter um baixíssimo capital social e de ser praticamente inexistente o seu património.
O que levou Jerónimo de Sousa a considerar que, a concretizar-se, este processo de deslocalização «pode implicar desfechos de consequências sociais e laborais de enorme gravidade» para os trabalhadores e para a região de Setúbal.
Ora é exactamente isso que os trabalhadores e seus representantes procuram evitar, exigindo, nomeadamente, em defesa do interesses nacional e dos seus postos de trabalho, que a empresa diversifique a sua produção por forma a reduzir a sua excessiva dependência da Auto-Europa.