Vários sindicatos da CGTP e comissões de trabalhadores do sector dos transportes – rodoviário, ferroviário, aéreo, marítimo e fluvial – estiveram reunidos em Lisboa, no passado dia 27, num plenário.

Os orgãos representativos dos trabalhadores (ORT’s) do sector consideram ser necessária a adopção de uma nova política de transportes, «que tenha em conta as reais necessidades do País e dos portugueses, que coloque os trabalhadores como parte importante do desenvolvimento e modernização do sector». Para isso, consideram, é necessário travar todos os processos privatizadores e reforçar a participação do Estado nas empresas. A manutenção e alargamento do passe social e o fim da redução de postos de trabalho são outras das medidas que o plenário avançou para melhorar o serviço de transporte.

O plenário acusou o Governo de asfixiar financeiramente as empresas públicas – ao não pagar o justo valor das indemnizações compensatórias – para depois justificar a sua política de privatizações. Com este rumo, afirmaram os ORT’s, perdem os utentes e os trabalhadores, que têm sofrido com a redução dos postos de trabalho, a degradação das condições laborais e salários e a limitação dos seus direitos. Se as medidas constantes do pacote laboral forem para a frente, declarou o plenário, as condições de trabalho agravar-se-iam ainda mais, sobretudo no que respeita à flexibilidade de horários, cessação dos contratos colectivos, redução do pagamento do trabalho nocturno e limitação do direito à greve.

Reafirmando a convicção de que apenas a luta pode garantir a defesa dos direitos dos trabalhadores, o plenário dos ORT’s apelou à mobilização e esclarecimento dos trabalhadores, à intensificação das lutas nas empresas e à participação nas acções englobadas na jornada europeia, no próximo dia 21.