Franceses mobilizam-se
Várias dezenas de milhares de funcionários do Estado desfilaram na passada quinta-feira, em Paris, sublinhando a amplitude das manifestações e greves realizadas nesse dia um pouco por toda a França.
Centenas de milhares manifestaram-se em 70 cidades francesas
As principais federações sindicais que convocaram a jornada referem a participação de mais de 50 mil pessoas na manifestação realizada na capital francesa contra a «contenção salarial» e o «abandono da missão de serviço público».
Mas também várias outras cidades foram palco de poderosas acções de protesto. Em Marselha dois desfiles juntaram cerca de 30 mil pessoas, em Rennes, dez mil saíram às ruas, em Lião, cerca de 5500, enquanto em Clermont-Ferrand, manifestaram-se entre 5 mil e oito mil.
Noutros pontos do país, os sindicatos destacam movimentações em Caen (seis mil pessoas), Lorient (seis mil pessoas), Limoges (seis mil pessoas) e Nice (três mil pessoas).
Ao todo, registaram-se acções em 70 localidades francesas, nas quais participaram entre 200 mil e 300 mil pessoas.
Ao lado do pessoal docente desfilaram de trabalhadores municipais, carteiros, trabalhadores dos impostos, dos serviços penitenciários, polícias ou mesmo bombeiros.
A defesa do poder de compra foi a reivindicação mais ouvida, mas as faixas e cartazes denunciavam igualmente a redução de efectivos e os riscos de degradação da natureza do serviço público.
No sector da Educação, a nova lei das escolas e a supressão de professores são razões acrescidas que explicam a fortíssima adesão à greve e a numerosa presença da classe nas manifestações.
Os sindicatos, que apelaram ao governo para que reabra as negociações salariais, avisam que os trabalhadores não irão baixar os braços, estando já marcada para 5 de Fevereiro, uma outra jornada de luta em torno da defesa do horário semanal das 35 horas que tem vindo a ser posto em causa pelo actual governo de direita.
«LOLF» – uma máquina
de suprimir empregos
A lei orgânica das leis das finanças (LOLF), aprovada em 2001 pelo grupos parlamentares à esquerda e à direita, irá alterar radicalmente a forma de elaborar o orçamento de Estado francês e implicará sérias mudanças na gestão pública.
Já apelidada pelos sindicatos como uma «máquina de suprimir empregos», a «LOLF» só entrará em vigor em 2006, decorrendo até lá testes em 500 serviços que empregam 600 mil trabalhadores.
Actualmente, cada entidade recebe do Estado um envelope financeiro que só pode utilizar para os fins previamente definidos. Com a nova lei pretende-se entregar um montante global que será gerido «livremente» pelos responsáveis.
A lei permite que os gastos com pessoal sejam reduzidos e aplicados, por exemplo, em investimentos ou noutras despesas de funcionamento. Contudo, o inverso não é permitido, o que constitui uma pressão clara para a redução de funcionários.
O autor da lei, antigo ministro socialista do Orçamento, Alein Lambert, não esconde que a LOLF provocará um diminuição do emprego, só que tal ocorrerá de forma natural, não se substituindo todos os funcionários que se reformam. Em 2005, o orçamento de Estado já prevê uma supressão de 7200 postos de trabalho.
Mas também várias outras cidades foram palco de poderosas acções de protesto. Em Marselha dois desfiles juntaram cerca de 30 mil pessoas, em Rennes, dez mil saíram às ruas, em Lião, cerca de 5500, enquanto em Clermont-Ferrand, manifestaram-se entre 5 mil e oito mil.
Noutros pontos do país, os sindicatos destacam movimentações em Caen (seis mil pessoas), Lorient (seis mil pessoas), Limoges (seis mil pessoas) e Nice (três mil pessoas).
Ao todo, registaram-se acções em 70 localidades francesas, nas quais participaram entre 200 mil e 300 mil pessoas.
Ao lado do pessoal docente desfilaram de trabalhadores municipais, carteiros, trabalhadores dos impostos, dos serviços penitenciários, polícias ou mesmo bombeiros.
A defesa do poder de compra foi a reivindicação mais ouvida, mas as faixas e cartazes denunciavam igualmente a redução de efectivos e os riscos de degradação da natureza do serviço público.
No sector da Educação, a nova lei das escolas e a supressão de professores são razões acrescidas que explicam a fortíssima adesão à greve e a numerosa presença da classe nas manifestações.
Os sindicatos, que apelaram ao governo para que reabra as negociações salariais, avisam que os trabalhadores não irão baixar os braços, estando já marcada para 5 de Fevereiro, uma outra jornada de luta em torno da defesa do horário semanal das 35 horas que tem vindo a ser posto em causa pelo actual governo de direita.
«LOLF» – uma máquina
de suprimir empregos
A lei orgânica das leis das finanças (LOLF), aprovada em 2001 pelo grupos parlamentares à esquerda e à direita, irá alterar radicalmente a forma de elaborar o orçamento de Estado francês e implicará sérias mudanças na gestão pública.
Já apelidada pelos sindicatos como uma «máquina de suprimir empregos», a «LOLF» só entrará em vigor em 2006, decorrendo até lá testes em 500 serviços que empregam 600 mil trabalhadores.
Actualmente, cada entidade recebe do Estado um envelope financeiro que só pode utilizar para os fins previamente definidos. Com a nova lei pretende-se entregar um montante global que será gerido «livremente» pelos responsáveis.
A lei permite que os gastos com pessoal sejam reduzidos e aplicados, por exemplo, em investimentos ou noutras despesas de funcionamento. Contudo, o inverso não é permitido, o que constitui uma pressão clara para a redução de funcionários.
O autor da lei, antigo ministro socialista do Orçamento, Alein Lambert, não esconde que a LOLF provocará um diminuição do emprego, só que tal ocorrerá de forma natural, não se substituindo todos os funcionários que se reformam. Em 2005, o orçamento de Estado já prevê uma supressão de 7200 postos de trabalho.