A reforma administrativa de Blair

Os princípios da «rentabilidade, eficácia e competitividade» que presidiram ao lançamento da reforma da administração central, iniciada pelos conservadores entre 1988 e 1997, ganharam novo vigor com a chegada ao poder dos trabalhistas britânicos.
O responsável pelo tesouro, Gordon Brown, estabeleceu como objectivo suprimir 104 mil dos 512 mil funcionários até 2008, caso o seu partido renove a maioria nas próximas eleições em Maio.
Para além da redução de efectivos, o governo de Tony Blair pretende ainda «deslocalizar» 16 mil funcionários de diferentes ministros para regiões fora de Londres onde o custo de vida é mais barato.
Desta forma, os ministérios das Finanças, do Emprego, da Saúde, da Defesa, da Educação e da Indústria deverão no prazo de quatro anos desconcentrar serviços para fora da capital, libertando valiosas instalações que serão vendidas pelo governo.
No vocabulário «reformista» da maioria trabalhista assumem particular destaque «as parcerias público-privado» que associam o sector privado a equipamentos públicos nos diferentes sectores, desde a educação aos hospitais, incluindo os próprios serviços da administração do Estado.
Este sistema de parcerias representa já cerca de 15 por cento do investimento total do Estado e, apesar de ser criticado pela sua complexidade e falta de transparência, o governo de Blair alega que ele permite economizar cerca de 20 por cento por projecto.
A reforma da Administração Pública britânica passou também pela introdução de um sistema de avaliação do mérito, em função do qual depende parte da remuneração dos trabalhadores.


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