E agora?
Passadas as eleições, confirmada a derrota dos partidos da direita, esta é a pergunta presente no pensamento de milhares de portugueses que manifestaram pelo seu voto uma clara vontade de mudança.
Uma pergunta a exigir um sentido claro de resposta quanto ao que é substancial, ou seja sobre o conteúdo das políticas a seguir, as opções e orientações essenciais da política económica, a correcção dos retrocessos impostos pela maioria agora afastada, as medidas indispensáveis à elevação das condições de vida dos trabalhadores.
Seria assim de esperar que o artigo de Jorge Coelho no DN da passada semana intitulado «Uma pergunta: e agora?» pudesse, mais do que perguntar, ajudar à resposta. Mas a verdade é que lendo o que lá se lê não se encontra a desejada resposta. É que, para além dos vários lugares comuns de que o PS vai cumprir o que prometeu, redigidos sob formas diversas, e dos apelos à motivação e mobilização do seu partido, o que sobra é bem pouco e nada tranquilizador.
É pouco, manifestamente pouco, prometer medidas que se diferenciem do que foi a governação nestes últimos três anos. A julgar por tão curto compromisso ter-se-á de concluir que podem estar de volta, ainda que agora sob a protecção de uma maioria absoluta, as mesmas e erradas políticas que conduziram à derrota dos governos de Guterres.
Bem como é pouco, ou nada, tranquilizador os apelos e recados prévios à compreensão dos portugueses sobre «o actual estado do país» ou de que «nem tudo pode ser conseguido de um dia para o outro», como se esta fosse a questão ou alguém o exigisse.
A questão é outra. A de saber se para além da mudança de estilos e métodos, que nestes dias o PS tem desejado sublinhar no processo de formação do governo quando comparado com Guterres, haverá ou não, aprendendo com o passado, mudanças substanciais de conteúdos e de políticas. A questão é a de saber o que prevalecerá sob o manto das palavras de Jorge Coelho quanto a cumprir o que prometeram: se aquilo em que muitos viram uma oportunidade para uma mudança com algum significado nas políticas prosseguidas — ou se as muitas e inquietantes afirmações também ouvidas nas últimas semanas a Pina Moura sobre a necessidade de «medidas de emergência para a estabilização orçamental» por parte do governo ou de António Vitorino quanto aos «sacrifícios, rigor e disciplina» que é preciso pedir aos portugueses ou sobre as «reformas não necessariamente populares» que é preciso fazer.
Pela nossa parte, com a nossa iniciativa política e honrando os compromissos assumidos, procuraremos contribuir para a necessária resposta não defraudando a confiança e a esperança de todos quantos viram na CDU a opção mais coerente para a mudança a sério que se impunha.
Uma pergunta a exigir um sentido claro de resposta quanto ao que é substancial, ou seja sobre o conteúdo das políticas a seguir, as opções e orientações essenciais da política económica, a correcção dos retrocessos impostos pela maioria agora afastada, as medidas indispensáveis à elevação das condições de vida dos trabalhadores.
Seria assim de esperar que o artigo de Jorge Coelho no DN da passada semana intitulado «Uma pergunta: e agora?» pudesse, mais do que perguntar, ajudar à resposta. Mas a verdade é que lendo o que lá se lê não se encontra a desejada resposta. É que, para além dos vários lugares comuns de que o PS vai cumprir o que prometeu, redigidos sob formas diversas, e dos apelos à motivação e mobilização do seu partido, o que sobra é bem pouco e nada tranquilizador.
É pouco, manifestamente pouco, prometer medidas que se diferenciem do que foi a governação nestes últimos três anos. A julgar por tão curto compromisso ter-se-á de concluir que podem estar de volta, ainda que agora sob a protecção de uma maioria absoluta, as mesmas e erradas políticas que conduziram à derrota dos governos de Guterres.
Bem como é pouco, ou nada, tranquilizador os apelos e recados prévios à compreensão dos portugueses sobre «o actual estado do país» ou de que «nem tudo pode ser conseguido de um dia para o outro», como se esta fosse a questão ou alguém o exigisse.
A questão é outra. A de saber se para além da mudança de estilos e métodos, que nestes dias o PS tem desejado sublinhar no processo de formação do governo quando comparado com Guterres, haverá ou não, aprendendo com o passado, mudanças substanciais de conteúdos e de políticas. A questão é a de saber o que prevalecerá sob o manto das palavras de Jorge Coelho quanto a cumprir o que prometeram: se aquilo em que muitos viram uma oportunidade para uma mudança com algum significado nas políticas prosseguidas — ou se as muitas e inquietantes afirmações também ouvidas nas últimas semanas a Pina Moura sobre a necessidade de «medidas de emergência para a estabilização orçamental» por parte do governo ou de António Vitorino quanto aos «sacrifícios, rigor e disciplina» que é preciso pedir aos portugueses ou sobre as «reformas não necessariamente populares» que é preciso fazer.
Pela nossa parte, com a nossa iniciativa política e honrando os compromissos assumidos, procuraremos contribuir para a necessária resposta não defraudando a confiança e a esperança de todos quantos viram na CDU a opção mais coerente para a mudança a sério que se impunha.