OE 2007

Menos 450 milhões para salários

Alvo da crítica cerrada da bancada comunista no Orçamento é o aumento liquido de apenas um por cento nos salários dos trabalhadores da administração pública, qualquer coisa como aproximadamente um terço da taxa de inflação real prevista. Mas não menos grave é o corte de 446 milhões de euros no orçamento para «remunerações certas e permanentes» de onze ministérios.
O que quer dizer «que não haverá dinheiro para pagar as remunerações a todos os trabalhadores da administração pública». Dito de outro modo, para o deputado comunista Eugénio Rosa, isto significa uma de duas coisas: ou o despedimento de trinta mil trabalhadores ou, então, a colocação de mais de cem mil trabalhadores no quadro de supranumerários, com vencimento reduzido.
Esta foi, aliás, mais uma questão insistentemente colocada pelo PCP, a que o Governo se furtou, com José Sócrates a declarar apenas ser esse o resultado da «reestruturação da administração pública».
Recusa em esclarecer e falar verdade sobre quantas pessoas quer mandar «para a rua ou para a prateleira» que levou Honório Novo, na intervenção final proferida em nome da bancada comunista, a afirmar que tal atitude é bem reveladora da «falta de coragem política e da falta de ética política de um Governo que tenta esconder do País as suas verdadeiras intenções».


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