O futuro adiado
Contestada pela bancada do PCP foi a afirmação do Governo de que o OE está orientado para o «crescimento sustentado da economia e do emprego». A essa tese de José Sócrates, que naqueles termos classificara o Orçamento, no seu discurso inicial, contrapôs a bancada do PCP um severo desmentido argumentando que o documento não defende uma coisa nem outra.
Sublinhados, a este propósito, foram os «cortes brutais do investimento público», cujos níveis, segundo o deputado comunista Honório Novo, «só se podem comparar aos que o último Governo de Cavaco Silva apresentou há doze anos».
«Com este investimento público é o desenvolvimento do País que pode estar comprometido, é a coesão nacional que será de novo adiada, são as assimetrias regionais que serão agravadas», enfatizou o parlamentar do PCP, sem deixar de advertir que, assim, com um crescimento de 1,8 por cento, Portugal continuará pelo sétimo ano consecutivo a divergir da média comunitária. Sintomático, aliás, que o Primeiro-Ministro tenha passado como gato sobre brasas sobre esta questão da divergência com a União Europeia, não lhe fazendo uma única referência no sue discurso.
Refreando a visão auto-elogiosa do Governo sobre a evolução da nossa economia, também o deputado comunista Eugénio Rosa, no segundo dia do debate, depois de aconselhar moderação ao Primeiro-Ministro e aos «economistas objectivos» que o endeusam e à sua política, pôs os pontos nos ii, lembrando, por exemplo, que o aumento das exportações de que tanto falam «está associado à degradação dos preços e dos termos de troca»; que a nossa taxa de crescimento do PIB potencial é inferior a 2 %, «o que torna praticamente impossível qualquer crescimento económico elevado sustentado»; que a experiência mostra que no nosso País «para haver uma redução sustentada do desemprego é necessário que o PIB cresça acima de 2 %»; ou ainda que os nossos problemas estruturais (desigualdade na repartição da riqueza e do rendimento, baixa escolaridade e qualificação, reduzido investimento, entre outros) não só continuam por resolver como se agravarão com este Orçamento do Estado.
Sublinhados, a este propósito, foram os «cortes brutais do investimento público», cujos níveis, segundo o deputado comunista Honório Novo, «só se podem comparar aos que o último Governo de Cavaco Silva apresentou há doze anos».
«Com este investimento público é o desenvolvimento do País que pode estar comprometido, é a coesão nacional que será de novo adiada, são as assimetrias regionais que serão agravadas», enfatizou o parlamentar do PCP, sem deixar de advertir que, assim, com um crescimento de 1,8 por cento, Portugal continuará pelo sétimo ano consecutivo a divergir da média comunitária. Sintomático, aliás, que o Primeiro-Ministro tenha passado como gato sobre brasas sobre esta questão da divergência com a União Europeia, não lhe fazendo uma única referência no sue discurso.
Refreando a visão auto-elogiosa do Governo sobre a evolução da nossa economia, também o deputado comunista Eugénio Rosa, no segundo dia do debate, depois de aconselhar moderação ao Primeiro-Ministro e aos «economistas objectivos» que o endeusam e à sua política, pôs os pontos nos ii, lembrando, por exemplo, que o aumento das exportações de que tanto falam «está associado à degradação dos preços e dos termos de troca»; que a nossa taxa de crescimento do PIB potencial é inferior a 2 %, «o que torna praticamente impossível qualquer crescimento económico elevado sustentado»; que a experiência mostra que no nosso País «para haver uma redução sustentada do desemprego é necessário que o PIB cresça acima de 2 %»; ou ainda que os nossos problemas estruturais (desigualdade na repartição da riqueza e do rendimento, baixa escolaridade e qualificação, reduzido investimento, entre outros) não só continuam por resolver como se agravarão com este Orçamento do Estado.