Uma política injusta
O Secretário-geral do PCP esteve no sábado pelo Sul do País, onde participou num almoço em Alte e num comício em Vila Real de Santo António. Denunciando a injustiça das medidas impostas pelo Governo (com o apoio do PSD e do Presidente da República), incluídas no PEC e no PEC 2, Jerónimo de Sousa considerou escandalosos os aumentos dos preços de alguns bens ou serviços essenciais – sobretudo, disse, num país «a braços com uma grave crise».
Em particular dos combustíveis, do gás, dos transportes e da electricidade (pagos não só pelos consumidores mas também pelos agricultores e pelas pequenas e médias actividades empresariais). Estes aumentos, acusou o Secretário-geral do Partido, «têm apenas um objectivo: alimentar os colossais lucros dos grandes senhores do dinheiro e dos grandes grupos económicos como a EDP, a PT, a GALP e a Brisa».
Mas a situação não é má para todos, afirmou Jerónimo de Sousa. «Enquanto a maioria sofre as consequências da crise e desta política, o número de milionários cresce. Mais 600 grandes milionários em ano de crise.»
Referindo-se à intenção do Governo de introduzir portagens na A22, mais conhecida por Via do Infante, Jerónimo de Sousa considerou-a absurda, mesmo que avance a ideia de isentar do pagamento alguns concelhos de mais baixo desenvolvimento. É que este não é o único critério a ter em conta – há outros, como o desenvolvimento regional e, particularmente, o problema das alternativas que garantam «com eficiência e segurança os fluxos rodoviários».
A EN 125 «não é essa alternativa no Algarve». Sobretudo quando é conhecido que os últimos governos deixaram de investir nas estradas nacionais, que estão «cada vez mais degradadas».