Na primeira linha do combate

No dia 1 de Julho, o PCP re­a­lizou mais de cem ac­ções de rua contra o au­mento dos preços e o roubo nos sa­lá­rios, no âm­bito da jor­nada na­ci­onal de pro­testo e luta le­vada a cabo nesse dia. Ao fazer isto, es­teve onde tem que estar como Par­tido Co­mu­nista que é: junto dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, pro­tes­tando, es­cla­re­cendo e mo­bi­li­zando para a luta.

A jor­nada de­correu du­rante todo o dia e fez-se de dis­tri­bui­ções de fo­lhetos, co­lo­cação de faixas, bu­zi­nões e ca­ra­vanas au­to­mó­veis, cor­dões hu­manos, mi­ni­co­mí­cios e tri­bunas pú­blicas.

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Poucos terão sido os que não deram pela pre­sença do PCP nas ruas do País, no dia 1 de Julho – dia em que en­traram em vigor as pri­meiras «me­didas de aus­te­ri­dade» im­postas pelo Go­verno, com o apoio e es­tí­mulo do PSD e do Pre­si­dente da Re­pú­blica, no­me­a­da­mente o au­mento do IVA e a so­bre­taxa de IRS. Em mais de cem ac­ções, al­gumas delas com bas­tante vi­si­bi­li­dade pú­blica, os co­mu­nistas de­nun­ci­aram estas pro­postas e o seu ca­rácter pro­fun­da­mente in­justo e re­a­fir­maram a ne­ces­si­dade de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva.

Ao final da tarde, em Al­mada, mais pre­ci­sa­mente no largo de Ca­ci­lhas (uma das prin­ci­pais li­ga­ções entre Lisboa e a Margem Sul do Tejo, onde se cruzam os ter­mi­nais flu­vial, ro­do­viário e do me­tro­po­li­tano de su­per­fície), Je­ró­nimo de Sousa de­nun­ciou o ca­rácter in­justo das me­didas que nesse dia en­traram em vigor, que pe­na­lizam quem nada teve a ver com a crise.

Aos ou­tros – que du­rante anos ga­nharam mi­lhões, no­me­a­da­mente a banca – as ditas «me­didas de aus­te­ri­dade» não afectam: pelo con­trário, os cinco mai­ores bancos pri­vados ti­veram, no pri­meiro tri­mestre deste ano, lu­cros de cinco mi­lhões de euros diá­rios. E ga­nharão mais no fu­turo, com o au­tên­tico «festim de pri­va­ti­za­ções» que se pre­para, de em­presas es­tra­té­gicas para o País e al­ta­mente ren­tá­veis, acusou o di­ri­gente co­mu­nista.

Para 1 de Agosto estão pre­vistas mais me­didas, re­la­tivas a cortes em apoios e pres­ta­ções so­ciais e que, uma vez mais, re­cairão sobre os mais des­fa­vo­re­cidos e mar­gi­na­li­zados – neste caso, os de­sem­pre­gados, as cri­anças ou os do­entes. Mo­tivo de pre­o­cu­pação é, também, a in­tenção de pro­mover al­te­ra­ções à le­gis­lação la­boral, pa­tente em afir­ma­ções de di­versas per­so­na­li­dades li­gadas, de uma forma ou de outra, à po­lí­tica de di­reita.

Em­pu­nhar a ban­deira da luta

Mas a jor­nada do Par­tido de dia 1 teve outra di­mensão – a do com­bate forte contra o con­for­mismo e a re­sig­nação; da mo­bi­li­zação para a luta contra o PEC e as me­didas adi­ci­o­nais, no­me­a­da­mente para a jor­nada de luta de hoje, con­vo­cada pela CGTP-IN.

Como afirmou, em Al­mada, o Se­cre­tário-geral do Par­tido, o PCP é o «único Par­tido que está onde deve estar, ao lado dos tra­ba­lha­dores e do povo». E ao fazê-lo, des­tacou Je­ró­nimo de Sousa, des­fere um rude golpe no con­for­mismo e na re­sig­nação e em­punha a ban­deira da luta.

Re­al­çando que os co­mu­nistas tudo farão para der­rotar o PEC e o PEC 2 e, em geral, a po­lí­tica de di­reita, o di­ri­gente do Par­tido lem­brou que tal só será pos­sível com a in­ten­si­fi­cação da luta dos tra­ba­lha­dores e do povo contra esta po­lí­tica e afir­mando um novo rumo para o País. Para esta luta, lem­brou, o PCP fará tudo o que es­tiver ao seu al­cance para es­cla­recer e mo­bi­lizar – mas esta in­ter­venção do PCP, sendo im­por­tante, não subs­titui a luta dos tra­ba­lha­dores. Na qual, ga­rantiu, os co­mu­nistas es­tarão, como sempre es­ti­veram, na pri­meira linha.

A in­ter­venção de Je­ró­nimo de Sousa cul­minou um cordão hu­mano, com­posto por mais de três cen­tenas de mi­li­tantes e sim­pa­ti­zantes do Par­tido, que per­correu as ruas do centro de Al­mada, ao som de pa­la­vras de ordem como «o PEC está mal, só in­te­ressa ao ca­pital» e «o custo de vida au­menta, o povo não aguenta».



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