Propostas da Alemanha e da Comissão Europeia

Atentado à soberania dos povos

A Ale­manha está a pro­curar impor o seu di­rec­tório contra a so­be­rania dos povos e contra os es­tados-mem­bros da União Eu­ro­peia de eco­no­mias mais frá­geis, acusa o PCP, ba­se­ando-se nas mais re­centes de­cla­ra­ções da chan­celer alemã e de res­pon­sá­veis po­lí­ticos da UE.

A crise do ca­pi­ta­lismo é também a crise da UE e dos seus fun­da­mentos

Image 5969

O PCP emitiu um co­mu­ni­cado no dia 20 de Ou­tubro, na sequência da de­cla­ração franco-alemã após o en­contro entre a Ale­manha, a França e a Rússia e das de­cla­ra­ções de vá­rios res­pon­sá­veis de ins­ti­tui­ções da União Eu­ro­peia. Para o PCP, o que tais de­cla­ra­ções re­velam é uma «ina­cei­tável afir­mação de força da Ale­manha, com o apoio da França, na “con­dução” da União Eu­ro­peia». Dessa forma, pre­tendem bran­quear res­pon­sa­bi­li­dades pró­prias no «saque que tem sido efec­tuado a países como Por­tugal e passar, uma vez mais, a fac­tura aos tra­ba­lha­dores e aos povos, agra­vando ainda mais a ac­tual si­tu­ação».

Os co­mu­nistas sa­li­entam que a de­cisão de «avançar com o “re­forço do go­verno eco­nó­mico eu­ropeu”, com o agra­va­mento de san­ções no âm­bito do Pacto de Es­ta­bi­li­dade e a pos­si­bi­li­dade da re­visão do Tra­tado de Lisboa vi­sando a cri­ação de um “me­ca­nismo per­ma­nente e ro­busto” com a par­ti­ci­pação da banca pri­vada, abrem ca­minho a uma ainda maior de­pen­dência, pressão e chan­tagem do ca­pital es­pe­cu­la­tivo sobre os países da pe­ri­feria, já hoje alvo de pres­sões in­to­le­rá­veis».

A even­tual al­te­ração dos tra­tados para «dar gua­rida a estas e ou­tras pro­postas de es­ma­ga­mento dos di­reitos e da so­be­rania dos povos, a par com a in­tenção da Co­missão Eu­ro­peia de impor um “IVA eu­ropeu se­pa­rado”» evi­den­ciam, acres­centa o PCP, o ob­jec­tivo de «apro­fun­dando o ca­rácter ne­o­li­beral e fe­de­ra­lista da UE, con­so­lidar o do­mínio dos grupos eco­nó­micos e o “di­rec­tório” das po­tên­cias eu­ro­peias na UE». Con­fi­gu­rando, ainda, a «ten­ta­tiva de um salto qua­li­ta­tivo na in­te­gração ca­pi­ta­lista, uma ameaça acres­cida contra a in­de­pen­dência e so­be­rania na­ci­o­nais e um novo ataque à de­mo­cracia».

 

Mo­no­pó­lios, con­cen­tração... e re­sis­tência

 

O PCP re­alça que as li­nhas po­lí­ticas que os go­vernos alemão e francês apontam, aco­lhidas e de­fen­didas pelo Con­selho e pela Co­missão, no se­gui­mento de um longo per­curso com a União Eco­nó­mica e Mo­ne­tária, o euro, o Pacto de Es­ta­bi­li­dade e a po­lí­tica de con­cor­rência, «vér­tices da dita go­ver­nação eco­nó­mica e al­guns dos mai­ores dogmas da “cons­trução eu­ro­peia”, re­velam a per­sis­tência no ob­jec­tivo de maior con­cen­tração do ca­pital, para a for­mação de mo­no­pó­lios e que são de­sas­trosos para quem tra­balha e vive dos ren­di­mentos do tra­balho, das pen­sões de mi­séria, e para a si­tu­ação eco­nó­mica de países como Por­tugal».

Assim, e face a estas in­ten­ções, que a con­cre­ti­zarem-se sig­ni­fi­ca­riam novas ame­aças à so­be­rania na­ci­onal, um novo factor de agra­va­mento da de­pen­dência ex­terna, o agra­va­mento do de­sem­prego e a re­gressão das con­di­ções de vida do povo por­tu­guês, o PCP de­nuncia o «inad­mis­sível si­lêncio do Go­verno por­tu­guês face a estas de­cla­ra­ções e a cum­pli­ci­dade ac­tiva com este rumo de de­sastre que está a ser im­posto ao nosso país e que está ex­presso no con­junto de me­didas to­madas nos PEC e na pro­posta de Or­ça­mento de Es­tado que o PS se pre­para para aprovar com o apoio do PSD».

Que a «crise do ca­pi­ta­lismo é também a crise da União Eu­ro­peia e dos seus fun­da­mentos» é cada vez mais uma evi­dência, de­fende ainda o PCP. Uma crise que é uma der­rota dos go­vernos alemão e francês e de todos quantos, em Por­tugal e na Eu­ropa, «de­fendem e exe­cutam o ac­tual mo­delo de in­te­gração eu­ro­peia».

Essa é, para os co­mu­nistas, a «maior evi­dência que res­salta das in­ten­ções e pro­postas agora anun­ci­adas», cujo con­teúdo re­vela «ar­ro­gância e agres­si­vi­dade», mas so­bre­tudo o «avo­lumar das in­sa­ná­veis con­tra­di­ções ine­rentes à na­tu­reza de classe do ac­tual pro­jecto da União Eu­ro­peia». O PCP ma­ni­festou ainda a sua con­fi­ança na ca­pa­ci­dade dos tra­ba­lha­dores e dos povos darem a res­posta ne­ces­sária – que passa pela in­ten­si­fi­cação da luta pelos seus di­reitos e por uma outra Eu­ropa dos tra­ba­lha­dores e dos povos, como está já a su­ceder em vá­rios países. Por cá, a greve geral de 24 de No­vembro é parte in­te­grante dessa res­posta.



Mais artigos de: PCP

Um Partido que luta e se reforça

Ao mesmo tempo que dá um con­tri­buto ines­ti­mável para a mo­bi­li­zação e luta dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, o PCP re­força-se e cresce: a re­a­li­zação de as­sem­bleias das or­ga­ni­za­ções é um as­pecto es­sen­cial deste re­forço, como ficou claro no fim-de-se­mana em Évora e na Ma­rinha Grande.

Mais Partido para responder à ofensiva

A rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e a mu­dança pa­trió­tica e de es­querda de que o povo e o País pre­cisam passa pelo re­forço do PCP. Só com mais Par­tido e maior li­gação do co­lec­tivo às massas e à luta é pos­sível res­ponder à es­calda da ofen­siva do ca­pital contra os tra­ba­lha­dores e a po­pu­lação, con­cluiu a As­sem­bleia de Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Évora (AOREV).

Reforçar raízes nos trabalhadores e no povo

A grande questão que se co­loca aos co­mu­nistas do dis­trito de Leiria é re­forçar o Par­tido. Disto de­pende o au­mento da ca­pa­ci­dade rei­vin­di­ca­tiva dos tra­ba­lha­dores e do povo, es­sen­cial para em­pre­ender a rup­tura e a mu­dança que o País pre­cisa.

Influência alarga-se em Palmela

Mais de 200 pessoas, dos quais 143 delegados, participaram, sábado, na IX Assembleia da Organização Concelhia de Palmela do PCP. Realizada num salão de cinema do concelho, a assembleia – que teve como lema Mais PCP! Melhor Concelho, procedeu a uma...

«Mais do mesmo»

Tanto pelos longos anos em que foi pri­meiro-mi­nistro, como pelo de­sem­penho em Belém, o an­te­ontem for­ma­li­zado can­di­dato Ca­vaco Silva só traz às elei­ções pre­si­den­ciais «mais do mesmo».

 

Embuste no Orçamento

Ao contrário do que tem sido dito (no próprio relatório do Orçamento do Estado e divulgado pela comunicação social), o Ministério da Agricultura vai sofrer um corte nas verbas inscritas no OE para 2011. A acusação é da...

Deputados comunistas em Bragança

Os deputados comunistas ao Parlamento Europeu, Ilda Figueiredo e João Ferreira, estiveram no nordeste transmontano em acções inseridas na campanha Portugal a Produzir. Os eleitos mantiveram encontros com entidades e associações ligadas às principais produções da...