Um projecto alternativo
A candidatura de Francisco Lopes à Presidência da República teve uma semana intensa, com iniciativas por todo o País. É no contacto directo que cresce o apoio ao projecto político patriótico e de esquerda que a candidatura comporta.
A candidatura promoveu dezenas de acções em todo o País
Na semana em que o Partido Ecologista Os Verdes manifestou o seu apoio a Francisco Lopes, a candidatura desdobrou-se em largas dezenas de acções de contacto com os trabalhadores e o povo realizadas por todo o País, no âmbito da jornada nacional que decorreu entre 11 e 14 deste mês. Ao mesmo tempo, o candidato participou em várias iniciativas realizadas em diversas regiões do País, entre as quais se destaca o almoço de sábado com 400 representantes dos trabalhadores, que tratamos na página seguinte.
Na véspera, na Península de Setúbal, Francisco Lopes tinha contactado com os trabalhadores da Autoeuropa e participado num encontro com mulheres apoiantes da candidatura no Seixal, na qual estiveram, entre muitos outros, Paula Bravo, coordenadora do Sindicato da Função Pública do Distrito de Setúbal; Joaquim Judas, mandatário distrital; e Margarida Botelho, da Comissão Política do Comité Central.
Aqui, perante mais de uma centena de pessoas, e depois de Helena Moleiro ter declamado poemas da sua autoria, e de Ary dos Santos, Ana Abel e Eugénia Cunhal, Paula Bravo falou das lutas travadas pelos trabalhadores da administração pública que, de uma forma «firme», «corajosa» e «convicta», se têm manifestado contra a política de retrocesso social desenvolvida pelos sucessivos governos. «Não assinaremos qualquer acordo com o Governo que ponha em causa a compatibilidade da vida familiar com a vida profissional», alertou a sindicalista, lembrando que «muito do que foi retirado aos trabalhadores é inconstitucional». Paula Bravo acusou ainda o actual Presidente da República de não ter cumprido o seu juramento de cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa».
Condição de progresso social
Francisco Lopes, muito aplaudido e saudado pelos presentes, sublinhou que a sua candidatura, pelos seus objectivos e natureza, é a única que verdadeiramente «responde e está empenhada na garantia da participação das mulheres em igualdade em todas as esferas da vida do País». «A nossa candidatura assume a defesa dos direitos das mulheres, ao mesmo tempo que valoriza e está ao lado da sua luta pela concretização de importantes direitos e aspirações, que correspondem aos ideais emancipadores de Abril e aos direitos consagrados na Constituição», destacou.
O candidato comunista valorizou ainda alguns dos elementos que integram o «projecto de ruptura e de mudança» que se afirma face ao rumo de declínio e de injustiças sociais decorrentes da política de direita que «tem unido o PS, o PSD e o CDS-PP, com o patrocínio do actual Presidente da República, o candidato Cavaco Silva». Em seguida, Francisco Lopes assumiu um compromisso com «o emprego com direitos» e «o direito à contratação colectiva», combatendo «a desregulamentação dos horários das mulheres, as discriminações salariais, a função de maternidade e paternidade, o desemprego e a precariedade».
À noite, na Baixa da Banheira, Francisco Lopes participou num encontro com dirigentes associativos do concelho da Moita. Na sua intervenção, salientou que a candidatura que assume se distingue também pela importância concedida ao associativismo e à participação popular, indispensáveis para a ruptura e para a mudança.
No dia anterior, no distrito de Aveiro, Francisco Lopes teve uma agenda cheia, encontrando-se com a Associação Empresarial de Águeda e com dirigentes e activistas sindicais do distrito. À noite, teve casa cheia, em Aveiro, num jantar com apoiantes.