PCP na primeira linha do combate

Fazer frente à ofensiva

Ainda o novo Go­verno não tinha to­mado posse e já o PCP es­tava na rua ga­ran­tindo que fará frente aos des­pe­di­mentos, aos cortes nos sa­lá­rios e pen­sões, às pri­va­ti­za­ções e a todas as me­didas cons­tantes no pacto as­si­nado com a troika por PSD, CDS e PS.

O PCP saiu das elei­ções mais forte para con­ti­nuar a luta

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Este pacto cons­titui o pro­grama de facto do novo go­verno de co­li­gação PSD-CDS, apesar de ambos os par­tidos, como aliás o PS, terem pro­cu­rado es­conder o seu con­teúdo ao longo da cam­panha elei­toral. Esses três par­tidos op­taram por uma cam­panha as­sente em casos, dra­ma­ti­za­ções, trocas de acu­sa­ções e as ine­vi­tá­veis pro­messas de cres­ci­mento eco­nó­mico e cri­ação de em­prego – in­com­pa­tí­veis com o que as­si­naram com os en­vi­ados do FMI, do BCE e da UE.

Daí não ser ne­ces­sário es­perar pela apre­sen­tação do pro­grama de go­verno para saber que po­lí­tica pre­tende re­a­lizar o novo exe­cu­tivo li­de­rado por Pedro Passos Co­elho: fa­ci­litar os des­pe­di­mentos; cortar nos sa­lá­rios, nas pen­sões e nas pres­ta­ções so­ciais; au­mentar os preços de bens e ser­viços es­sen­ciais e vá­rios im­postos (IRS, IVA, IMI); en­cerrar ser­viços pú­blicos; re­duzir o nú­mero de tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica; pri­va­tizar total ou par­ci­al­mente em­presas como a TAP, a ANA, os CTT, a EDP, a REN, a CGD e a CP.

Como sa­li­enta o PCP no fo­lheto que su­portou a sua jor­nada de es­cla­re­ci­mento dos dias 21 e 22, estes são «al­guns dos muitos sa­cri­fí­cios que querem impor ao povo por­tu­guês para ga­rantir que a banca e os grupos eco­nó­micos con­ti­nuem a acu­mular mi­lhões». No mesmo fo­lheto, que deu o mote para muitas con­versas (se­guindo o exemplo da acção Um Mi­lhão de Con­tactos por uma Po­lí­tica Pa­trió­tica e de Es­querda, lan­çada na cam­panha elei­toral), os co­mu­nistas con­si­deram ainda ina­cei­tável este «rumo de de­sastre na­ci­onal».

 

Ar­ruada em Al­mada  

 

Numa ar­ruada pela zona cen­tral de Al­mada na tarde de dia 22, in­se­rida na jor­nada, os co­mu­nistas de­mons­traram a sua de­ter­mi­nação em fazer frente às me­didas cons­tantes no pacto da troika, dando-lhes desde já com­bate. Um clamor ecoou pelas ruas da ci­dade: Não que­remos aqui o FMI!

No final do per­curso, na Praça do Mo­vi­mento das Forças Ar­madas, Vasco Car­doso, da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral, afirmou que há al­ter­na­tivas ao pacto da troika – «não a que os ban­queiros querem, não a que os que mandam na União Eu­ro­peia querem, mas a que os tra­ba­lha­dores e o povo querem e que irão cons­truir com a sua luta».

Esta al­ter­na­tiva, ex­pli­citou o di­ri­gente do Par­tido, exige uma rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e con­trapõe ao gar­rote da dí­vida a exi­gência da sua re­ne­go­ci­ação; ao corte de sa­lá­rios e pen­sões a sua va­lo­ri­zação, factor de jus­tiça so­cial e di­na­mi­zação do mer­cado in­terno; às pri­va­ti­za­ções a de­fesa das em­presas pú­blicas e o re­gresso à «bar­riga da mãe» da­quelas que já foram pri­va­ti­zadas.

Como lem­brou ainda Vasco Car­doso, os co­mu­nistas es­tarão na pri­meira linha da luta contra as me­didas da troika e pela cons­trução desta al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda. Mas não es­tarão sós, adi­antou, con­fi­ando que a seu lado terão os tra­ba­lha­dores, que lutam em de­fesa do em­prego e dos di­reitos; os re­for­mados, que so­bre­vivem com re­formas e pen­sões cada vez mais baixas e in­su­fi­ci­entes para fazer face ao au­mento dos preços, no­me­a­da­mente dos me­di­ca­mentos; os pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, es­ma­gados pelos grandes grupos eco­nó­micos; os agri­cul­tores, as­fi­xi­ados si­mul­ta­ne­a­mente pelo au­mento do preço dos fac­tores de pro­dução e pelo es­ma­ga­mento dos preços à pro­dução im­posto pelas grandes su­per­fí­cies co­mer­ciais; as novas ge­ra­ções, sem pers­pec­tivas de fu­turo e a quem querem con­denar a viver pior do que os seus pais.

Vasco Car­doso re­a­firmou ainda o em­penho dos co­mu­nistas em cons­truir um País «mais livre, mais so­be­rano e mais de­mo­crá­tico», lem­brando que o PCP saiu das úl­timas elei­ções le­gis­la­tivas mais forte para pros­se­guir e in­ten­si­ficar este com­bate.



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