Estaleiros de Viana

Defender o emprego e a empresa

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In­tro­du­zida no centro do de­bate foi ainda a questão dos Es­ta­leiros Na­vais de Viana do Cas­telo, no­me­a­da­mente o anúncio pela ad­mi­nis­tração do des­pe­di­mento de cerca de me­tade dos seus tra­ba­lha­dores.

O tema foi sus­ci­tado pelo de­pu­tado co­mu­nista An­tónio Fi­lipe na se­gunda ronda de per­guntas ao pri­meiro-mi­nistro, face ao si­lêncio por este até aí man­tido numa questão de can­dente ac­tu­a­li­dade e im­por­tância como é esta.

«O Go­verno que diz que o mar é um grande de­sígnio, que tem um Mi­nis­tério de­di­cado ao mar, que re­fere a pro­dução na­ci­onal como fun­da­mental para o nosso País, pe­rante uma em­presa es­tra­té­gica como esta não disse ainda ri­go­ro­sa­mente nada», ob­servou o par­la­mentar do PCP, in­ter­pre­tando a omissão como um sinal claro de que o pro­jecto do Go­verno para a pri­va­ti­zação dos Es­ta­leiros Na­vais de Viana do Cas­telo passa pelo re­fe­rido des­pe­di­mento.

Sem margem de fuga, Passos Co­elho, na res­posta, pegou na questão para de­clarar «so­le­ne­mente» o óbvio: que o Go­verno ana­li­sará o cha­mado plano de re­es­tru­tu­ração apro­vado pelo seu an­te­cessor e «tão ra­pi­da­mente quanto pos­sível irá dar uma res­posta sobre a forma como vai con­duzir o pro­blema daqui para a frente».

Antes, porém, foi menos vago e ge­ne­ra­lista quando se tratou de dizer que os Es­ta­leiros de Viana «não têm ga­ran­tido (…) as en­co­mendas a preços com­pe­ti­tivos que possam re­pre­sentar uma re­ceita sus­ten­tável para os pró­ximos anos». E mais pre­ciso foi no aviso que deixou: «não que­remos os con­tri­buintes por­tu­gueses a pagar mais uma em­presa pú­blica que não tem vi­a­bi­li­dade nem fu­turo».

O de­pu­tado co­mu­nista Ho­nório Novo re­pe­garia no as­sunto, quando chegou a vez de in­ter­pelar o mi­nistro das Fi­nanças, para des­mentir ca­te­go­ri­ca­mente o pri­meiro-mi­nistro quanto à ine­xis­tência de en­co­mendas. «É men­tira», ex­clamou, as­se­ve­rando que os Es­ta­leiros de Viana têm neste mo­mento «uma car­teira de en­co­mendas, até final de 2014, no valor de 500 mi­lhões de euros. Mais: «têm toda a sua es­tru­tura de pro­dução ocu­pada, como nunca ti­veram nos úl­timos anos», in­formou Ho­nório Novo, sa­li­en­tando que não ha­verá muitos es­ta­leiros ac­tu­al­mente com este nível de ocu­pação.

E por isso acusou o Go­verno do PSD e do CDS de ser cúm­plice do PS ao tentar des­pedir 380 tra­ba­lha­dores com um único ob­jec­tivo: o de pri­va­tizar os Es­ta­leiros.



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