O PCP considerou que as medidas constantes do Programa de Emergência Social não passam de «migalhas» e acusou o Governo de continuar a saquear o rendimento dos trabalhadores.

Comentando o conteúdo daquele programa apresentado recentemente por Mota Soares, ministro da Solidariedade e da Segurança Social, o deputado comunista Jorge Machado considerou que o mesmo «está revestido de profunda hipocrisia», uma vez que ao mesmo tempo que dá com uma mão apoios residuais «retira com as duas mãos rendimentos e agrava a situação de pobreza e miséria de milhares de portugueses».

É o mesmo Governo, aliás, que «congela salários e pensões, aumenta os transportes públicos, rouba metade do subsídio de Natal». Por isso, no entender de Jorge Machado, «dizer que este Governo tem consciência social é brincar com os portugueses».

Exemplo dessa indelével perfídia que marca o discurso governativo é ainda, segundo o deputado do PCP, a intenção de «dar aos idosos medicamentos em final de prazo», quando em simultâneo retira a comparticipação a milhares de outros idosos.

O mesmo sucede com um anunciado apoio no plano do tarifário dos transportes para as pessoas em situação de maior fragilidade social - «grupos de risco», chamou-lhes o governante, depois de aumentar de forma brutal para milhares de portugueses o custo dos transportes públicos.

«Este Governo e este Programa de Emergência Social, numa perspectiva claramente assistencialista, vai tentando mitigar o que o próprio Governo produz e provoca com as suas medidas lesivas», denunciou Jorge Machado.