FARC-EP propõe diálogo
As Forças Armadas revolucionárias da Colômbia – Exército Popular (FARC – EP) reiteraram a sua disposição para iniciarem um processo da paz no país. Em carta difundida através da sua página na Internet, citada pela Telesur, o Secretariado da FAR-EP afirma que «reagindo aos apelos para que se promova uma solução [para o conflito] distinta da guerra, manifestamos a nossa vontade política para, o mais brevemente possível, dar os passos necessários a um cenário propício ao diálogo».
As únicas condições, notam as FARC – EP, são o compromisso de todos os envolvidos em implementarem «profundas reformas políticas, económicas e sociais que garantam a paz», e a subscrição por todos de um acordo humanitário que permita a libertação dos prisioneiros políticos e de guerra.
O texto da organização revolucionária colombiana foi divulgado dias depois de a activista dos direitos humanos Piedad Córdoba ter pedido às FARC – EP para libertarem os militares colombianos em seu poder, e expressarem vontade de reactivarem o processo de paz.
Nos últimos dias, o governo colombiano também se pronunciou sobre o assunto. Em Cartagena, o presidente, Juan Manuel Santos, lembrou que o executivo «não autorizou nem autoriza» ninguém, nem nenhuma entidade a iniciar qualquer tipo de diálogo com grupos «à margem da lei».
O povo exige a paz
Posição diferente da do chefe de Estado da Colômbia manifestaram, este fim-de-semana, em Barrancabermeja, os mais de 15 mil colombianos que participaram no Encontro Nacional de Comunidades Camponesas, Afrodescendentes e Indígenas pela Terra e a Paz na Colômbia, realizado sob o lema «O Diálogo é o Caminho». Como salientou o primeiro secretário das FARC – EP em mensagem vídeo enviada à iniciativa, «o lema deste Encontro é justo e nós acreditamos nele».
Para Alfonso Cano, justifica-se plenamente a exigência de diálogo e paz por parte das organizações populares presentes, sobretudo, frisou, depois de «escutarmos Juan Manuel Santos e as altas chefias militares» a falar «de novas mobilidades operativas, ameaçadores, agressivos, persistentes nas suas teses militaristas e sempre com a ideia oligárquica de que a guerra é a solução para os grandes problemas do país».
Cano apelou igualmente aos participantes no Encontro para que «persistam e multipliquem os esforços» porque «a paz é uma conquista e uma bandeira popular», e recordou que, há um ano, durante a tomada de posse como presidente, Juan Manuel Santos prometeu enterrar os ódios semeados durante os mandatos de Álvaro Uribe.